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Lenilda Luna propõe ‘uma Maceió para o trabalhador’, com espaço político às mulheres

“Tem uma frase que diz: ‘Quando uma mulher se levanta, ela inspira outras a se levantarem’. Acredito que apresentar uma candidatura de duas mulheres trabalhadoras, moradoras da periferia, é uma forma de dizer às outras mulheres que o espaço político também é delas”. É com essa visão que Lenilda Luna, candidata à Prefeitura de Maceió pela Unidade Popular (UP), pretende atuar para ajudar a ampliar a participação da mulher na política. Ela está na disputa eleitoral pelo comando da capital e estreia a série de reportagens do Eufemea com candidatas a prefeitas das capitais do Nordeste. 

Filha de alagoanos do município de São Luís do Quitunde, ela conta que vem de uma família trabalhadora. “Sou parda, com descendência indígena. Sou trabalhadora, mãe, militante de movimentos sociais, sindicais e populares desde a adolescência. Sou radialista, pedagoga e jornalista. Sempre trabalhei muito, buscando fazer do meu espaço profissional também uma forma de militância por igualdade social, tanto na educação, quanto no jornalismo”. 

É com o perfil de quem conhece de perto a classe trabalhadora, como afirma, que ela apresenta como propostas “uma cidade para o povo trabalhador, com acesso aos serviços públicos nas periferias”, afirma. 

“Uma cidade onde a prefeitura assuma a responsabilidade em garantir transporte coletivo de qualidade, coleta seletiva, aumentar a quantidade de ciclovias, atendendo ao esporte e aos trabalhadores que se deslocam de bicicletas. Enfim, uma cidade inclusiva, com um poder público que proteja seus cidadãos e cidadãs do peso do interesse econômico predatório, como aconteceu nos quatro bairros destruídos pela Braskem”.  

Para as mulheres, ela destaca que seu plano de governo traz como projetos e ações  “a ampliação da assistência social, especialmente às mães trabalhadoras, que precisam de mais creches, escolas nos bairros e programas municipais que incentivem a geração de renda”. 

Construir uma rede de proteção para mulheres vítimas de violência doméstica também está nas propostas de Lenilda, a Lua, como é conhecida. “Uma rede com acolhimento em abrigo, atendimento psicológico e jurídico, além da orientação necessária para reorganizar a vida, com recolocação no mercado de trabalho. O programa de moradia popular com prioridade para as mães que sustentam suas famílias”. 

Como concorrer com os grandes grupos políticos e ter chance de vitória?  

Não participamos da política por interesses pessoais, então vamos trabalhar como sempre fizemos: coletivamente. Nossa vitória será organizar o povo para lutar por uma sociedade mais justa. Nosso interesse é fortalecer a luta por moradia digna, contra a fome, a miséria e a violência que aumentam, principalmente nas periferias da cidade. Quem acreditar na organização do povo, vem com a gente, porque sabe que as poderosas e ricas candidaturas das mesmas famílias de sempre, não nos representam. 

Participação popular na gestão é uma das cobranças que muito se faz. Como você pretende levar o povo a participar da gestão e evitar o chamado mandato de gabinete? 

Eu tenho experiência em gestão democrática. Organizei e presidi a comissão eleitoral da primeira eleição direta para Diretores das escolas municipais de Maceió, em 1994, contribui com o processo de construção do Orçamento participativo da prefeitura de Itabuna, em 1993. As pessoas querem o poder municipal forte, porque é o mais próximo das comunidades, é onde os cidadãos e cidadãs podem ser ouvidos. Nós vamos governar junto com os movimentos sociais e populares de cada bairro da cidade.