A médica Fernanda Sales, atua no combate ao novo coronavírus em emergências de dois hospitais em Pernambuco. Trabalhando em média 72 horas de plantão por semana, ela também atende pacientes ambulatoriais. Por causa do crescimento de casos da covid-19, ela contou que sua rotina está corrida e que os plantões foram dobrados para suprir a falta de profissionais. Fernanda também reforçou que o perfil dos pacientes mudou e que a intubação está sendo mais frequente.
Ao Eufemea, ela conta as diferenças entre a primeira e segunda onda da covid-19. “A primeira ficou marcada pelo aumento de casos, mas a segunda mostra que o perfil de pacientes graves mudou”.
Segundo ela, hoje em dia, se vê mais jovens evoluindo para a forma grave, inclusive crianças.
“As intubações estão sendo mais frequentes e os pacientes estão demorando para conseguirem vagas na UTI. Está complicado”, afirmou.
Sobre a estrutura dos hospitais, Fernanda explica que, no Brasil, a infraestrutura dos hospitais já é precária, então com o aumento de casos isso vai ficando mais evidente.
Ainda conforme a médica, quando o número de pacientes com covid aumenta, a demanda por oxigênio, medicações e suporte também aumentam.
“Então, é muito árduo para uma cidade que gastava X tendo que triplicar esse valor e dar conta de tudo ao mesmo tempo. Por isso, pedimos à população que evite aglomerações para que o sistema de saúde não entre em colapso total”, enfatizou.
Vacinação não está sendo rápida
Segundo Fernanda, o Brasil não está vacinando tão rápido como deveria e isso tem contribuído para que a pandemia saia do controle. “Estamos andando em passos curtos, enquanto outros países estão vacinando muita gente e muito rápido. Isso foi prejudicial”.
A médica acredita que as pessoas com o tempo foram perdendo o medo do vírus. “Durante a primeira semana da pandemia decretada, todos tinham medo e estavam seguindo as medidas orientadas pela OMS, depois desse período as pessoas relaxaram e muitas festas clandestinas aconteceram”. Ela afirma que estamos nessa situação hoje por falhas que foram cometidas.
Fernanda Sales finaliza com o uma pergunta para as pessoas que ainda insistem em não seguir as medidas: