O Conselho Estadual de Segurança Pública de Alagoas (Conseg/AL) abriu uma Reclamação Disciplinar contra a tenente-coronel do Corpo de Bombeiros de Alagoas (CB/AL), Camila Paiva, para investigar a conduta da militar que participou de um ato contra o presidente Jair Bolsonaro, que aconteceu no último sábado (29), em Maceió. Ao Eufemea, Camila disse que acredita que o procedimento foi aberto por ela ser mulher e contra o governo.
Camila não foi notificada oficialmente, mas contou à reportagem que pelo que foi informada, ela foi enquadrada pelo fato de fazer crítica ao superior. Entretanto, segundo ela, Bolsonaro não é superior dela. “Ele não configura na cadeia hierárquica da gente. Ele é presidente, mas na cadeia hierárquica nós somos subordinados ao governador do estado”.
Um trecho da decisão do Conseg diz que “fatos noticiados dão conta de que a Tenente-Coronel Camila Paiva, integrante do Corpo de Bombeiros Militar, participou de manifestações político-partidário, bem como promoveu manifestação no interior do Colégio da Polícia Militar de Alagoas”.
Mas para Camila, ela participou do ato como cidadã. Além disso, outros militares se posicionam a favor e contra o governo, mas nenhum procedimento foi aberto. “Vários militares fazem isso. Se posicionam politicamente, fazem críticas ao governo, inclusive ao governo estadual, e nunca foi aberto nenhum procedimento”.
A tenente reforçou que existem alguns grupos de policiais que são contra o presidente e que participam dos movimentos, fazem publicações contra Bolsonaro, mas que nunca foram punidos.
A tenente acredita que por isso está sendo perseguida. “Não tem outra explicação. Porque nunca foi aberto procedimento para ninguém”.
Camila explicou que assim que for notificada oficialmente, vai se defender da acusação constituindo uma advogada.