Foto: We Fashion Trends
Oii Bonitas, já pararam para pensar em comprar uma roupa que só possa ser usada virtualmente? Isso mesmo, você compra uma peça de roupa para usar em fotos, não no mundo real.
Essa é a nova aposta do mercado da moda. Aliás, não tão novas, já tem artigos de moda sendo comercializados virtualmente desde 2019. E pasme comigo: peças com valores bem altos. Há relatos de leilão de peças custando cerca de US$ 9.500,00 para serem usadas apenas no mundo virtual. Isso mesmo que você leu: nove mil e quinhentos dólares, o que hoje beira os cinquenta mil reais.
Ficou curiosa de como funciona esse closet virtual? Então venha entender mais sobre a moda virtual nessa matéria.
O que é moda virtual ou “moda RA”?
Que o mundo da moda sempre está em atualização, todas nós sabemos e, a cada temporada, há um novo lançamento. A diferença entre a moda digital e a física é que as roupas são criadas virtualmente em softwares 3D de programas de animação e efeitos visuais, onde as roupas são produzidas para que se encaixarem perfeitamente nas fotos, sendo usadas pelas pessoas que compram somente no mundo digital, não existindo a roupa fisicamente.
Loucura, né?
Até aqui você deve está pensando: quem compra uma roupa que não pode usar fisicamente? Pois é aí que vem a grande questão, minhas leitoras. Marcas conhecidas e de luxo estão disponibilizando peças digitais para venda.
Consumismo ou sustentabilidade?
Muitas marcas e apoiadores desse novo conceito colocam esse modelo de compra como algo sustentável e como forma de consumo consciente, pois menos roupas físicas, menos lixo. Que tal acabar com aquela falta de espaço no seu guarda-roupas, usando roupas virtuais? Já pensou nisso?
Porém, devemos pontuar que as roupas virtuais não são nada baratas. É possível achar roupas que só podem ser usadas virtualmente por mais de US$ 1.000,00 por peça. Além do tempo que você tem que esperar, pois a roupa é ajustada individualmente pela foto que se queira usar.
Redes sociais ditando moda.
Outro ponto que deve ser observado para o crescimento desse estilo de peças são as redes sociais. Conforme uma matéria do site da EXTRA – A empresária Natalia Modenova, da empresa ucraniana Dress-x conta que através de uma pesquisa feita elas descobriram que 9% dos habitantes dos países desenvolvidos compram roupas novas só para postar nas redes sociais.
A grife Gucci anunciou recentemente o lançamento de um “tênis virtual” por US$ 12,00, preço bem mais acessível do que os pares de tênis reais da marca. Esse tipo de lançamento acaba viabilizando mais pessoas a terem acesso ao mercado de luxo, pagando menos pelas peças, porém, sendo de uso exclusivo virtualmente.
Minha sincera opinião
Mas até onde podemos levar esse estilo de consumo como algo saudável? Cada vez mais cresce o número de pessoas – principalmente jovens – com sintomas de depressão, crises de ansiedade e outros transtornos psicológicos e físicos, devido a padrões irreais colocados e cultuados pela internet. Acho, eu, – se você ficou curiosa com a minha opinião sobre esse tema – que até pode se dizer que a moda virtual pode ser sim divertida, futurista e até um meio sustentável de consumo.
Porém, não vejo como algo saudável e social. Cada vez mais nos colocamos em esferas ilusórias e bolhas padronizadoras, filtros faciais, que mudam olhos, nariz, rosto, busca implacável pelo corpo cheio de efeitos de photoshop e, agora, roupas usadas para serem exibidas somente em fotos online, onde se cria um mundo irreal e que muitas vezes inalcançável no mundo real.