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Após se descobrir celíaca, alagoana empreende e vende pães para pessoas com restrições alimentares

Foto: Cortesia

Foi após se descobrir celíaca (doença autoimune causada pela intolerância ao glúten) que a alagoana Ane Câmara decidiu empreender no ramo da gastronomia. A escolha dela? Fazer pão. E não é qualquer um. Ela trabalha fazendo pães para pessoas com restrições alimentares. No mês do empreendedorismo feminino, o Eufemea traz a história da empreendedora.

Ela contou ao Eufemea que se descobriu celíaca há 15 anos, e com isso, veio o desejo de trabalhar oferecendo comida para outras pessoas com a doença celíaca. Entretanto, Ane não sabia ainda que tipo de comida venderia.

“No começo dos anos 2000, a oferta de alimentos para pessoas com restrição de glúten era muito menor do que hoje em dia e muito mais cara”, disse.

E por qual motivo Ane escolheu empreender vendendo pães? Segundo ela, por duas razões.

“A primeira é que o pão é, talvez, o alimento mais antigo produzido por mãos humanas. Existem registros da sua produção com aproximadamente de 4 mil anos de idade. Isso tornou o pão um símbolo: trabalhadoras e trabalhadores falam em ‘levar o pão’ para casa. O “pão” é uma metonímia, representa nosso alimento, nosso sustento. Ele está presente nas religiões, nos costumes, nas festas”, explica. 

A empreendedora também percebeu a dificuldade de pessoas com doença celíaca em comprar pão. “Quem não tem restrição alimentar basta entrar numa padaria e comprar, mas para uma pessoa com DC não é tão simples, é necessário a pesquisa, leitura de rótulos, procurar e pagar um preço que, para algumas pessoas, pode estar fora do orçamento”.

“Pra quem tem DC, comer pão é quase luxo, e não deveria ser! Pensei nessas pessoas, nessas dificuldades, que também são minhas e idealizei ‘O Tal do Pão’, com a ‘missão’, de entregar pães inclusivos, ou seja, que podem ser comidos por qualquer pessoa, seguros, que não vão causar reação adversa, e gostosos. Comida saudável tem fama de ser sem sabor ou ter gosto de serragem, e ‘O Tal do Pão’ tem que ser gostoso!”, justifica.

Ane disse que a medida que foi alcançando clientes e conquistando sua confiança, se arriscou em receitas mais elaboradas, sempre com o objetivo de agradar ao paladar dessas pessoas, e ao seu.

Nesse processo surgiu o “cinnamon roll”, que é uma rosca de canela e talvez, o pão mais vendido. Ela agora estou pesquisando novas receitas e pensando em outros sabores e produtos de panificação.

Mas Ane reforça que é muito exigente: “só coloco no cardápio aquilo que me agrada”. Segundo ela, comida é afeto. “Não posso vender um pão que seja duro, que se esfarele, ou que a pessoa come e não fica satisfeita”.

Foto: O tal do Pão/Cortesia

Conselhos de Ane para quem deseja ter sua própria marca:

  • Surgiu uma ideia? Execute-a! Sempre vai ter alguém pra falar mal, para colocar defeito, para desestimular. Mas também terão pessoas para te incentivar! Confiem em si mesmas. Não tenham medo de arriscar e de tentar! Não temam crises! Comecei meu negócio no meio de uma das crises mais graves da nossa história e cheguei num momento de planejar o crescimento do “O Tal do Pão”.
  • Registrem sua marca! Perfil em rede social não é registro! Procurem pelos órgãos de apoio ao empreendedor: sempre existem cursos, seminários e palestras em oferta e sempre tem alguma coisa para a gente aprender. Estudem, atualizem-se e, sobretudo, façam aquilo que as deixem felizes!