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Tido como um grito de liberdade, no dia 25 de maio é comemorado o Dia da África. Foi nesta data, em 1963, que se criou a Organização de Unidade Africana (OUA), na Etiópia, com o objetivo de defender e emancipar o continente africano. Em Maceió, a presença da população africana está em diversos espaços.
Há quem invista na carreira acadêmica – na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) há um núcleo específico, o Núcleo de Estudantes Africanos em Alagoas, Neaal – e no empreendedorismo. Outros conseguem se destacar ainda mais, tornando-se referência em suas práticas. Um exemplo é Equitania da Silva, que há anos faz a cabeça, literalmente, de muita gente em Alagoas.
Nascida em Bissau, capital de Guiné-Bissau, a empreendedora chegou no Brasil há cerca de 16 anos. O objetivo era estudar; formou-se em turismo e até trabalhou na área em Florianópolis. Ela fixou moradia em Alagoas depois que sua filha Esther nasceu. Em 2017, desembarcou em Maceió, mas o mercado na área de turismo não oferecia oportunidades para ela.
Um fato triste levou a bissau-guineense ao caminho que a faria conhecida. No ano seguinte, seu marido sofreu um AVC e, como o turismo não estava pagando as contas, resolveu usar uma herança de família: fazer tranças para conseguir sobreviver.
O seu salão, “Estudio Afro Guiné-Bissau”, localizado no bairro do Jacintinho, apesar de relativamente estar a pouco tempo na capital, 2 anos e 8 meses, é uma referência nesse estilo. Ela é uma referência nas tranças e suas variações: trança Nagô, Box Braids e etc.
No salão todas as colaboradoras são africanas, o que mantém a cultura de trançar intacta. Uma curiosidade sobre o povo africano e seus costumes quando falamos em cabelo é que tudo tem um significado. Se uma mulher africana estiver de cabeça raspada, por exemplo, isso indica que ela está de luto por um ente muito querido.
“Quando a gente perde alguém querido, pai, mãe ou irmã, você raspa cabeça em sinal de luto, mas quando o cabelo começa a crescer sempre aparece alguém que vai querer fazer seu cabelo para levantar sua autoestima”, explica.
Com a missão de divulgar a cultura africana, Equitania exalta suas raízes no trabalho e também em palestras. Inclusive, em comemoração ao Dia da África, no dia 25 de maio, ela estará na Ufal para dar uma palestra e oferecer uma oficina gratuita de tranças. Já no dia 31, ela fará outra palestra, dessa vez no Pilar.
Para o povo africano, o dia 25 de maio é uma data muito aguardada e comemorada com muita alegria e festa.
“É uma data muito importante e especial para nós, porque é quando o mundo ouve a nossa voz. Foi através dessa data que muitas pessoas ficaram sabendo que a África é um continente e não um país. Possui 55 países, com suas culturas e tradições próprias, diversas linguagens. Há países que falam inglês, português, o criolo, que é um dialeto nosso; assim como o wolof, do Senegal”, conta Equitania.
Afim de promover um encontro para os africanos e daqueles que admiram ou querem ter um contato maior com a cultura africana, Equitania vai promover na sexta-feira, 27 de maio, uma festa em comemoração ao Dia da África. A comemoração será realizada no salão dela, com músicas africanas, danças e culinária típica da sua terra-mãe.
O preço da entrada é R$30,00 e pode ser adquirido tanto presencialmente ou pela página do Instagram no link: https://instagram.com/estudioafroguinebissau?igshid=YmMyMTA2M2Y=
Sobre o Dia da África
Em 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o dia 25 de maio como o Dia da África ou o Dia da Libertação da África. Todos os anos, nesse dia, todo o povo africano festeja pela vitória na luta pela independência do continente, contra a colonização europeia e contra o regime do Apartheid, assim como simboliza o desejo de um continente mais unido, organizado, desenvolvido e livre.
*com Assessoria