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Você se considera perfeccionista? Então esse texto é para você…

Geralmente temos uma grande tendência a elogiarmos ou admiramos pessoas que são organizadas, competentes, firmes, que demostram ter alcançado um sucesso na área escolar ou profissional, o que é bastante coerente, à primeira vista.

Quando olhamos crianças extremamente obedientes, comportadas, contidas, responsáveis, a admiração pela criança e pela criação dos pais é automaticamente expressa.

Sim, essas são ótimas características, afinal nossa cultura é voltada para uma compreensão do sucesso com base nos resultados acadêmicos ou financeiros.

Dessa forma o perfeccionismo é visto como aliado. As pessoas com melhores resultados acadêmicos serão as primeiras colocadas e as pessoas com os melhores resultados no trabalho, provavelmente serão mais valorizadas, sendo assim nessas áreas da vida o sucesso pode estar praticamente garantido.

A grande questão é: Qual o custo desse tão estimado perfeccionismo para a vida das pessoas que o carregam? A custo de que esse perfil é construído? O quanto conseguem realmente usufruir quando atingem seus objetivos?

O que precisamos compreender é que as mesmas características perfeccionistas, que impulsionam uma pessoa podem ser também motivo de grande sofrimento quando há dificuldades em sua evolução de desempenho. Assim, como o remédio que em alta dose é prejudicial ou até mortal é o perfeccionismo excessivo, que na terapia do esquema chamamos de esquema de padrão inflexível.

Respondendo as questões acima, o primeiro ponto quando é quando o padrão é inflexível? Quando presente em nossa vida, ele nos torna pessoas mais tensas, estressadas, com uma provável visão de mundo negativa, com uma forte autocritica, onde só o perfeito é tolerável. Com uma visão de mundo voltada para o desemprenho a vida dessa pessoa se resume ao cumprimento de tarefas e os padrões são inalcançáveis, mantendo-as inevitavelmente entre buscas e frustrações.

Esse perfil se constrói na infância/ adolescência, normalmente advindo de uma dinâmica familiar muito rígida, onde há pouquíssima estimulação de lazer e momentos de felicidade e descontração. Uma grande imposição de autocontrole, muitas vezes precoce, que para ser mantido vem apoiado de hipervigilância e temos as punições, ou críticas como consequência dos “erros”.

Como já descrito o sucesso financeiro e escolar para esse perfil é facilmente notável, mas o próprio sujeito, alvo do padrão inflexível não consegue usufruir das suas conquistas, pois elas estão sempre voltadas ao próximo objetivo. Essas pessoas não aprenderam a vivenciar a alegria, felicidade, descanso ou lazer.

Os grandes beneficiários desse perfil podem ser talvez seus pais ou familiares que convivem com os elogios e com a paz de uma criança que não dá trabalho; ou as pessoas que oferecem a esse público trabalho; ou seus clientes, pois tem alguém que atenderá sempre todas as demandas “incansavelmente” à custa da própria vida.

Como tem dificuldade de priorizar seu autocuidado, que normalmente leva esse indivíduo a buscar ajuda e compreender que isso não é um estilo de vida saudável: são crises ansiosas, compulsões, burnout, doenças psicossomáticas, entre outros transtornos, bem como dificuldades mais graves na vida social e familiar causadas devido a esse esquema.

Lembrem-se sempre, como as avós diziam: tudo demais é veneno!

Incrivelmente, posso dizer por experiência própria que quando cuidei desse “esqueminha de padrão inflexível” que me acompanhou por anos, pude perceber que a vida é muito boa, que lazer e felicidade são combustíveis fundamentais para nosso dia a dia, que uma pessoa feliz e menos exigente de si e dos outros vive melhor, mais leve e por fim produz mais e melhor.

Pense nisso! 

Estou no Instagram: @vinculos.psi

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Natasha Taques

Psicóloga clínica (CRP-15/6536), formada em Terapia do Esquema pelo Instituto de Educação e Reabilitação Emocional (INSERE), Formação em Terapia do Esquema para casal pelo Instituto de Teoria e Pesquisa em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental (ITPC).