O projeto Escola Bem Segura, desenvolvido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Alagoas, em parceria com o Programa Criança Alagoana (Cria), está promovendo cursos de primeiros socorros para profissionais das redes municipais de ensino infantil. A capacitação visa atender à demanda da Lei Lucas.
De acordo com a Samu, o projeto já capacitou 180 professores, merendeiros, porteiros e coordenadores nas cidades de São Luís do Quitunde, Viçosa, Matriz do Camaragibe, Monteirópolis, São José da Tapera e Santa Luzia do Norte. Uma equipe de socorristas do Samu Alagoas leva até as cidades atividades teóricas e práticas sobre engasgo, crises convulsivas, contenção de sangramentos e queimaduras.
Profissionais da educação aprendem na prática como realizar um atendimento de urgência
De acordo com a legislação, pelo menos 30% de toda a rede de ensino infantil deve estar capacitada para realizar o atendimento inicial nas crianças em casos de acidentes.
Nos cursos realizados dentro das Creches Cria de cada município, 30 profissionais de toda a rede municipal de ensino infantil são capacitados por oficinas educativas ministradas por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem socorristas do Samu Alagoas.
A coordenadora do Comitê Intersetorial do Programa Criança Alagoana (Cria), Marina Dantas, já avalia positivamente a iniciativa.
Durante ações promovidas pelo Samu, são simuladas ocorrências para dar veracidade ao treinamento
Lei Lucas
Durante um passeio escolar na cidade de Campinas, em São Paulo, o pequeno Lucas Begalli, de apenas 10 anos, se engasgou com um cachorro quente e acabou morrendo asfixiado, uma vez que nenhum dos professores monitores da excursão estavam capacitados em primeiros socorros. Desde então, a mãe do menino, Alessandra Zamora, começou a lutar pela criação de uma lei que exigisse a capacitação de professores para lidar com esse tipo de situação.
A legislação foi colocada em votação e aprovada em outubro de 2018 pelo Congresso Nacional. Nomeada em homenagem ao pequeno Lucas, a Lei determina que o Samu e o Corpo de Bombeiros Militar (CBM) realizem a capacitação de toda a rede de ensino do Brasil, além da atualização anual dos procedimentos.
Sem regulamentação, a Lei não deixa claro como as instituições vão adquirir recursos humanos e material logístico para realizar a capacitação permanente de toda a rede pública e privada de ensino do país.
Entretanto, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesau), por meio do Samu Alagoas, resolveu dar início de forma pioneira ao que determina a Lei e já articula parcerias com o Cria e com as Secretarias Municipais de Educação de Alagoas para o desenvolvimento do Projeto Escola Segura nos municípios.
*Com Samu