Foto: José Gabriel/Ascom HEA
“Parece até um sonho. Se for, não quero acordar”. As palavras são da agricultora Quitéria Maria dos Santos, de 48 anos, pouco antes de receber alta médica do Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca, e de ter sido fotografada em pé, sem precisar de apoio, e com as mãos fazendo o símbolo do amor, representado pelo coração.
Ela foi diagnosticada com Polirradiculoneuropatia Desmielinizante Inflamatória Crônica (PDIC), doença rara, autoimune e que provoca a paralisia de membros inferiores e superiores, chegou à unidade hospitalar no último dia 11 de março e, após receber assistência ágil e qualificada, finalmente se recuperou e pode voltar à sua casa para, segundo ela, “poder plantar milho e feijão”.
Moradora da comunidade Poços do Lunga, em Coité do Nóia, na região Agreste de Alagoas, a agricultora é mãe de nove filhos, e antes de chegar ao HEA, havia passado por uma rotina exaustiva de várias internações, em outros hospitais de Arapiraca e de Maceió.
Segundo relatou, os primeiros sintomas surgiram em 2020, com a paralisia das pernas e, em seguida, dos braços. Durante um ano, Quitéria Maria dos Santos movimentou apenas a cabeça, passou a depender de ajuda para fazer qualquer atividade, como ir ao banheiro, por exemplo. Em outros momentos ficava acamada durante três e até quatro meses.
De acordo com o neurologista do HEA, Cledson Ventura, a paciente foi diagnosticada inicialmente com síndrome de Guillain-Barré. “Mas depois que ela foi acolhida no Hospital de Emergência do Agreste, após exames e observações, percebemos que ela sofria de PDIC.
Os sintomas entre as duas doenças até que são semelhantes, porém há detalhes que precisavam ser analisados. A PDIC é uma doença que acomete 1 a cada 100 mil habitantes e ataca os nervos periféricos. A gente chama de paralisia flácida e deixa a pessoa sem reflexos. Dona Quitéria sentia os membros inferiores e superiores dormentes”, afirmou o médico do HEA, Cledson Ventura.
Tão logo começou o tratamento no HEA, dona Quitéria recuperou os movimentos. “Foi um trabalho em equipe que nos deixou bastante orgulhosos. Mudar a qualidade de vida de forma drástica. Dona Quitéria só mexia a cabeça quando chegou aqui. Agora está andando”, ressaltou o médico do HEA.
Ele acrescentou que irá fazer o acompanhamento mensal da saúde dela, uma vez que, segundo o especialista, “dona Quitéria vai precisar tomar medicamentos, porém com a diferença de que estará ativa e com qualidade de vida”, disse Cledson Ventura.
A agricultura retornou para casa com disposição para plantar milho e feijão, como fez questão de ressaltar.
Para a diretora do HEA, Bárbara Albuquerque, o caso da agricultora Quitéria Maria dos Santos é motivo de orgulho para todos os profissionais da unidade hospitalar, que é vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
“É um sentimento que mexe com todos os profissionais. Este amor ao trabalho e aos pacientes move nossas equipes diariamente. A gente fica muito feliz por dona Quitéria. O caso dela envolveu vários profissionais de diferentes especialidades. O trabalho em equipe funciona sempre e, assim seguimos, com a missão de salvar vidas”, comemorou a gestora do HEA.
*com Assessoria