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Mulheres que Inspiram: ‘A luta feminista é sobre igualdade’, diz juíza em mesa-redonda

Foto: Adeildo Lobo: Dicom

Na tarde desta segunda-feira (27), o Programa Cidadania e Justiça na Escola (PCJE) prestou homenagem a mulheres atuantes nas áreas da educação e justiça. Por meio do prêmio “Mulheres que Inspiram”, o programa homenageou profissionais que contribuíram com as ações do projeto.

Além do prêmio, o evento contou com uma apresentação musical de Wedja Miranda e a roda de conversa “Igualdade de gênero hoje para um futuro promissor”. Mediada pela analista judiciária Andréa Santa Rosa, estiveram presentes no debate a advogada Anne Caroline Fidelis e a juíza Carolina Valões.

“As mulheres estão à frente da nossa luta, mas ela não é só de mulheres. Perpassa também os homens, que precisam reconhecer seus privilégios e as desigualdades que isso traz. A luta é coletiva, é universal”, explicou a magistrada.


A juíza disse ainda que, quando se pensa em direitos das mulheres, é fundamental pensar com um olhar na interseccionalidade das opressões, uma vez que as políticas públicas que funcionam para mulheres brancas de classe média, podem não servir para mulheres pretas e moradoras da periferia.

Anne Fidelis contribuiu com o debate trazendo dados de pesquisas realizadas em escolas. Segundo a advogada, 81% das estudantes entrevistadas arrumam a própria cama, enquanto apenas 11% dos meninos entrevistados o fazem. Quando se trata de limpar a casa, são 66% das alunas e 12% dos alunos.

A jurista afirmou ainda que as taxas de evasão escolar são muito maiores entre as mulheres, sendo a sobrecarga doméstica um dos motivos para esse dado. As principais causas são gravidez na adolescência, início na vida profissional e falta de disposição ou incentivo familiar.


A servidora Andréa Santa Rosa encerrou a mesa afirmando que problemas como machismo e misoginia, apesar de afetar principalmente as mulheres, também resvalam nos homens. Os estereótipos de gênero tornam os homens enclausurados em seus próprios sentimentos, o que pode levar a diversos problemas de cunho psicológico.

“Os direitos das mulheres são direitos humanos, e independentemente do gênero, todas as pessoas saem ganhando quando se tem uma sociedade mais igualitária”, concluiu a servidora do TJAL.

Prêmio “Mulheres que Inspiram”

A fim de homenagear mulheres que contribuíram na tarefa de levar mais cidadania para estudantes de escolas públicas atendidos pelo PCJE, o programa premiou dez profissionais da justiça e da educação com o “Mulheres que Inspiram”.

A mesa de honra da premiação foi composta por Emília Caldas, secretária adjunta pedagógica da Secretaria Municipal de Educação (Semed); Cássio Lima, gerente da 13ª Gerência Regional de Educação, e Carolina Valões, juíza coordenadora do PCJE.


Dez mulheres foram premiadas esse ano. Foto: Adeildo Lobo: Dicom
Esse ano, as premiadas com o ‘Mulheres que inspiram’ foram: a jornalista e assessora de comunicação da Esmal, Carolina Amancio; a funcionária da copa da Esmal, Elione Bonifácio; a diretora geral de gestão educacional da Secretaria Estadual de Alagoas (Seduc), Tânia Almeida; a professora da rede estadual de educação, Ana Maria Correia; a integrante do Núcleo de Rede da 13ª Gerência Regional de Educação, Marijose Albuquerque; a magistrada Lígia Seabra; a professora da Esmal, OAB e Almagis, Margarida Melo; a professora da rede municipal, Rita de Cássia Pimentel, e a servidora do TJ na área de tecnologia, Jéssica Melo.

“Eu desempenho uma atividade que é mais dos bastidores e, por conta disso, geralmente não é tão reconhecida. Por isso, me sinto muito grata por esse reconhecimento por parte do PCJE, e pretendo continuar auxiliando o programa ao longo de muitos e muitos anos”, finalizou Jéssica.

*Com Ascom Esmal