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‘Não é uma sociedade segura’, diz advogada após mortes de mulheres no Ceará em 2023

O Ceará teve, pelo menos, 39 vidas femininas interrompidas de forma violenta no primeiro bimestre de 2023. Os dados são da Secretaria da Segurança Pública do estado.

Entre as mortes de mulheres, a Secretaria classificou sete como feminicídios — tipificação que caracteriza o fato de ser mulher como preponderante para o crime, como, por exemplo, a morte da vereadora Yanny Brena, assassinada pelo namorado no último dia 3 de março, em Juazeiro do Norte. Após o crime, ele se matou.

A advogada Raquel Andrade avaliou com preocupação os casos de feminicídio e violência contra a mulher registrados em 2023 — especialmente porque, segundo ela, o Ceará aparece em 5º lugar do Brasil no ranking de casos com estas tipificações.

“O feminicídio ou a morte violenta de mulheres é o último indicar da violência. Quando a gente tem a informação que, por semana, pelo menos três mulheres sofrem algum tipo de violência, temos a constatação que não é uma sociedade segura para mulheres”, comentou a advogada.

Raquel informou que em 75% dos casos de feminicídios e violências, os agressores são companheiros ou ex-companheiros. “Isso indica que, possivelmente, essas mulheres já vêm enfrentando uma situação de violência doméstica e familiar antes de terem a vida interrompida”, explicou.

Para Raquel, a violência contra a mulher é um problema social que não deve ser combatida apenas por pessoas do gênero feminino. “Não adianta tratar o feminicídio depois que ele acontece. Depois, o bem mais precioso, do ponto de vista jurídico e social, que a gente precisa proteger, a gente já perdeu, que é o direito a vida”, destacou.

*Com G1 CE