Mãe de primeira viagem, a influenciadora digital Viih Tube vem chamando atenção nas redes sociais ao falar sobre a amamentação da filha Lua. Apesar de considerar o momento lindo, ela destacou algumas dificuldades no início da adaptação, muito comuns, principalmente, nos primeiros dias após o nascimento.
Ao Eufêmea, a psicóloga Rochelly Amorim, também mãe de primeira viagem, conta que nunca havia se interessado pelo tema da amamentação por ser algo que não pertencia à sua realidade. Ela é mãe de uma bebê de um ano e enfrentou dificuldades nos primeiros meses de vida da filha.
“No entanto, a partir do momento em que descobri a gestação, iniciei uma busca por informações sobre gestação e maternidade de modo geral. Foi quando senti a necessidade de saber mais sobre amamentação”, diz.
Ela explica que já conhecia uma consultora e passou a dar mais atenção ao seu trabalho. “No segundo semestre de gestação, iniciamos com uma consultoria pré-parto”.
“Era cansativo e às vezes doloroso”
A mãe afirma que ainda na maternidade, sua bebê apresentou baixa glicemia por não estar sugando o necessário. “Nos primeiros dois meses ela mamava muito, toda hora queria e a pega dela não estava adequada, o que acabou causando fissuras em meus mamilos e por alguns dias senti muita dor”.
Segundo a psicóloga, sua produção de leite sempre foi muito boa e teve dificuldades quando o peito estava muito cheio. “Tinha que fazer massagem e ordenha de alívio. Era cansativo e às vezes doloroso”.
Rochelly relata que sentia uma exaustão intensa, principalmente durante o puerpério. “Me senti triste e até culpada por às vezes relutar a dar o peito pelo medo da dor. Chorava em alguns momentos, mas nunca desisti de amamentar, até porque também não queria ofertar fórmula e nem mamadeira ou chupeta, por medo de fazer confusão de bico”.
“A gente se sente acolhida em visualizar vivências reais”
Para a psicóloga, atualmente é possível encontrar diversos conteúdos na internet e em redes sociais e é necessário ter o cuidado de filtrar o que realmente pode acrescentar positivamente. “Acredito que as influenciadoras têm um papel importante, porém aquelas que de fato possuem conhecimento teórico e prático, e se dedicam a transmitir de forma real ao que se propõem”, destaca.
“Por mais que a gente estude, se prepare para as etapas da maternidade, a prática sempre nos surpreende de alguma forma e se estivermos com um suporte de qualidade ao nosso lado, a gente consegue lidar com elas de forma mais leve. Por isso, sempre que falo sobre o assunto, aconselho as mães a buscarem, investirem nessas informações e suporte com profissionais qualificados, faz toda diferença”, completa Rochelly.
“A consultoria é importante para evitar o sofrimento da mãe”
Já a técnica de enfermagem, Karolayne Gomes, gestante de 36 semanas, relata que presenciou várias mamães sofrendo com a amamentação, principalmente por não terem uma consultoria de amamentação antes do parto.
Segundo ela, uma de suas principais preocupações ao buscar a consultoria em amamentação foi a pega correta durante o processo. “Me senti chocada com tantas informações que facilitam a mamãe a não sentir dores”.
Para Karolayne, as influenciadoras digitais possuem um papel importante em mostrar esse tipo de realidade durante e após uma gravidez. Ela acredita que isso pode impactar positivamente e ter grande relevância durante esse processo para mulheres reais.
“A realidade de uma mãe sem uma orientação, ou sem uma consultoria de amamentação é completamente diferente de quem teve. A consultoria de amamentação é muito importante para evitar o sofrimento da mãe, que não sabe a pega correta, por exemplo. Vendo a realidade que é a amamentação, as mamães vão procurar profissionais que evitem esse sofrimento”, explica.
Consultora em amamentação oferece assistência às mulheres
De acordo com a enfermeira consultora em amamentação, Lilian Carnaúba, as principais queixas das mulheres que chegam até ela durante a gestação são o medo e a insegurança. “São os maiores vilões, de não conseguir amamentar, de sentir dor e de não ter leite suficiente”.
“Já no pós parto, as maiores queixas são as dores, fissuras e dificuldade para conseguir fazer o bebê mamar com uma boa pega e sem machucar cada vez mais. Algumas já me procuram bem machucadas e sem esperanças, como uma última alternativa antes do desmame precoce”, conta.
Ela explica que, diante desses casos, a consultora em amamentação oferece uma assistência especializada em aleitamento materno, envolvendo a gestante/puérpera, o bebê e sua rede de apoio, orientando diversas situações.
“Como a posição da pega do bebê no seio, cuidados com as mamas para evitar problemas de fissuras nos mamilos, mamas empedradas, ductos obstruídos, dentre outras dúvidas. Oferecendo informações técnicas e práticas personalizadas para uma amamentação efetiva e sem sofrimento”, afirma.
“A dor pode ser cessada já durante a consulta”
Para Lilian, o momento ideal de realizar uma consultoria em amamentação é no terceiro trimestre da gestação. “Nesse período ela receberá informações para se preparar para amamentar seu bebê de forma segura e intencional. Evitando que só busque ajuda profissional no pós parto já com os mamilos feridos, cheia de dor e pensando em desistir”.
No pós-parto, a enfermeira orienta que as mulheres invistam em uma consultora de amamentação, para salvar o desejo de continuar amamentando seu bebê.
“A dor pode ser cessada já durante a consulta. Ter uma rede de apoio profissional é muito importante nesse momento de fragilidade e vai trazer vários benefícios como o sucesso na amamentação, mais saúde para o bebê e economia para a família”, finaliza.
Dificuldades no aleitamento materno?
- O Banco de Leite Humano (BLH) da Maternidade Escola Santa Monica (MESM) conta com um serviço de orientação às mães que passam por dificuldades no aleitamento materno.
- O serviço é gratuito e está disponível para toda a população.
- A MESM é referência estadual para o atendimento às gestantes em Alagoas funciona 24h, na Avenida Comendador Leão, no bairro Poço, em Maceió.
- Contato: (82) 3315-4434