Foto: Carla Cleto/Ascom Sesau
Considerada rara, a esclerose múltipla é uma doença neurológica autoimune, que compromete o sistema nervoso central, podendo levar a alterações no equilíbrio, na visão e na capacidade muscular. No Dia Mundial de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, que ocorre nesta terça-feira (30), a Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) reforça a importância do diagnóstico precoce.
A neurologista da Sesau, Cícera Pontes, esclarece que a doença se origina a partir do momento em que o sistema imunológico passa a produzir anticorpos contra componentes do próprio organismo. “São as células do próprio corpo que vão de encontro às células da mielina dos nervos, que conduzem os estímulos nervosos”, disse.
Entre os sintomas, segundo a neurologista da Sesau, estão a perda de visão, a diminuição ou perda de movimentos dos membros, sensação de dormência ou formigamento, disfunções da coordenação e do equilíbrio, além inflamação da medula espinhal, mudanças cognitivas e comportamentais. Em alguns casos, a pessoa também apresenta alterações na fala e deglutição, fadiga e problemas no trato urinário e digestivo.
Alerta
Cícera Pontes alerta, entretanto, que a esclerose múltipla é uma doença que começa por volta dos 20 ou 30 anos de idade e, por isso, o diagnóstico precoce é fundamental, com o intuito de que o portador controle o desenvolvimento da doença.
“É importante haver essa conscientização de que sintomas neurológicos devem ser sempre investigados por um neurologista. Portanto, a importância do diagnóstico precoce para retardar o curso da doença, pois o tratamento adequado é possível que a pessoa possa viver normalmente em sociedade”, destacou.
Ainda de acordo com a neurologista da Sesau, a esclerose múltipla não tem cura e o tratamento, que atua no sistema imunológico, tem intuito de reduzir a inflamação do sistema nervoso central.
“A medicação tem como objetivo promover a melhoria dos sintomas, reduzir a frequência e a gravidade das recorrências e diminuir o número de internações”, ressaltou a neurologista, ao informar que os medicamentos são distribuídos pelo Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Ceaf), antiga Farmex, sendo necessário que o paciente com diagnóstico da doença possa realizar o cadastro.
Linha de Cuidado
Inaugurado em agosto de 2022, no Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), em Maceió, o Ambulatório de Esclerose Múltipla funciona às quartas-feiras. De acordo com a coordenadora do Ambulatório de Esclerose Múltipla, a neurologista Samyra Melo, a unidade atende atualmente cerca de 30 pacientes com diagnóstico de esclerose múltipla, além de outros pacientes em investigação.
“O Ambulatório de Esclerose Múltipla atende pacientes com esclerose múltipla, com outras doenças desmielinizantes e pacientes que ainda não têm o diagnóstico fechado e precisam de uma melhor investigação. Além do atendimento ambulatorial, nós contamos com os leitos de neurologia do hospital para receber os pacientes que estejam em surto da doença ou que necessitem de internação para melhor investigação”, pontua.
Para ser atendido no Ambulatório de Esclerose Múltipla, o paciente precisa ter em mãos o formulário que é entregue pela Unidade Básica de Saúde (UBS), gerado pelo Sistema de Regulação do Estado (SisReg), que mostra o dia e horário da consulta. Também é necessário levar identidade, CPF, Cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) e comprovante de residência.
“O Hospital Metropolitano de Alagoas disponibiliza uma cota de consultas e o atendimento pode ser solicitado por qualquer unidade de saúde do Estado. Alguns pacientes que tenham o primeiro atendimento intra-hospitalar na internação ou ambulatorial, por outra especialidade que necessite do nosso atendimento, são agendados internamente pela regulação do próprio hospital”, explica a neurologista do HMA.
Samyra Melo destaca, ainda, a importância do Ambulatório de Esclerose Múltipla para Alagoas e os profissionais em formação. “Reforço a questão acadêmica do nosso serviço, já que os novos neurologistas do Estado começam desde cedo a ter contato com a esclerose múltipla e aprender sobre o diagnóstico precoce e tratamento adequado”.
*com Assessoria