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Unidade de acolhimento garante apoio a mulheres vítimas de violência, em Maceió: “mudou a nossa vida”

Foto: Jonathan Lins/Secom Maceió

“Vir para o abrigo mudou a nossa vida”. Este foi o relato de uma mulher vítima de violência acolhida na Casa Abrigo de Maceió – Viva Vida. A unidade de acolhimento, única no estado de Alagoas, é mantida pela Prefeitura de Maceió e tem a missão de reintegrar, proteger e apoiar às mulheres vítimas de violência.

As histórias de vida da mãe e de suas duas filhas contadas nesta matéria representam uma realidade que deve ser contada pelo jornalismo. Porém, por dever ético, os nomes das personagens aqui utilzados são fictícios, para preservar as respectivas identidades.

Karine, 34 anos, baiana, mãe da Alice, 8 anos, e da Amanda, 2 anos, veio morar em Alagoas para melhorar de vida. Mas ao chegar aqui, ao invés de proteção e carinho, suas filhas sofreram abuso na casa de um parente e o desespero abalou toda a família, que não tinha mais para onde ir.

Após a denúncia do abuso, Karine foi encaminhada para a Casa Abrigo de Maceió – Viva Vida e partir daí, ela pôde iniciar o resgate do seu projeto de vida. O acolhimento na unidade é totalmente sigiloso.

Neste tipo de atendimento, o trabalho especializado da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Primeira Infância e Segurança Alimentar (Semdes) proporciona que o Viva Vida ofereça apoio para as mulheres que tenham sofrido violência, seja ela física, doméstica, psicológica, sexual ou patrimonial.

O caso de Karine foi um pouco diferente, porque quem sofreu a violência foram suas filhas e ela precisava de um local que as acolhesse neste momento difícil.

“Não tinha vaga em um abrigo para ficarmos juntas e não queria me separar delas. Nos acolheram aqui com muito amor e carinho, nesse momento em que precisava ficar junto das minhas filhas”, contou emocionada.

A assistente social da unidade de acolhimento, Ana Cláudia, contou que ao chegar ao abrigo, o olhar de Karine era de profunda tristeza. Segundo a técnica, ela não conseguia nem encarar as pessoas. Mas hoje, a situação dela já é bem diferente, sustenta Ana Cláudia.

“Ela e as filhas sempre foram muito receptivas as nossas orientações e demos o apoio de que precisavam. Uma das coisas que Karine queria aprender, era ler e escrever. Então, as educadoras sociais começaram a fazer um trabalho de alfabetização e hoje ela já consegue assinar o nome. É uma vitória!”, destacou.

Programa gera sonhos

A mulher que chega ao Viva Vida passa por atendimentos com assistentes sociais, psicólogos, advogado, educadores socais, para que sejam dados os encaminhamentos necessários. A equipe auxilia a vítima a reconstruir o seu futuro, com ações como a retirada de documentos até a inserção no benefício do auxílio-moradia.

Foi o que aconteceu com Karine. Ela e suas filhas passaram por atendimento médico completo. As crianças já estão matriculadas em uma escola e Karine também vai começar a estudar na mesma unidade de ensino.

Uma nova residência para a família está sendo procurada. Karine já participou de uma oficina de doces. Como conhecimento adquirido, ela pode usar a capacitação para ter uma renda própria, porque para fazer bolos e tortas, ela já é craque. E entre um bolo e outro, faz planos para uma nova vida com as filhas.

“Quero estudar e quero que minhas filhas estudem também para terem uma vida melhor. Meu sonho agora é ter uma casa própria, com um quartinho pra elas e com certeza vou conseguir”, finalizou a esperançosa Karine.

A coordenadora do Viva Vida, Emanuelly Oliveira, destacou o trabalho de acolhimento e de resgate do projeto de vida, autonomia e autoestima feito pela equipe do abrigo.

“O nosso papel vai além do acolhimento. Nosso objetivo é traçar junto a essas mulheres um projeto de vida que seja capaz de superar a situação de violência, substituindo-a pelo recomeço. E daí, a importância dela perceber que pode se tornar a protagonista da sua história, que pode por exemplo voltar a estudar, adentrar no mercado de trabalho e até mesmo pode abrir o seu negócio”, pontuou.

*Com Assessoria