Maria Lidivania Abel Ferreira, ou simplesmente Lidi, como prefere ser chamada, respira e vive o turismo há mais de 15 anos, quando passou na seleção da CVC, onde iniciou sua carreira como emissora e progrediu até se tornar supervisora de base.
Ela nasceu em Maceió e conta ao Eufêmea que viveu grande parte da infância com sua avó, que hoje é falecida e só ia para a casa dos pais aos fins de semana.
“Na época minha mãe trabalhava como babá e dormia no trabalho só tendo folga nesses dias. A casa dos meus pais era de taipa, com chão batido, não tinha estrutura, fora isso, meu pai era dependente do álcool, era mais um motivo para ficarmos na casa da minha avó”.
“Vendia coentro e água mineral”
Lidi relembra ainda que a infância humilde a levou a trabalhar muito cedo e que talvez isso tenha feito acender nela a chama do empreendedorismo.
“Quando tinha aproximadamente 12 anos, minha mãe passou a trabalhar na Prefeitura e fomos morar com ela e meu pai. Era na Levada, perto do Mercado da Produção, e eu vi a oportunidade de ganhar dinheiro vendendo coentro e água mineral com meus irmãos, pois queria poder ajudar nas despesas da casa”, conta.
Apesar das dificuldades, ela afirma que sempre foi incentivada a estudar e viu na mãe o grande exemplo de dedicação que precisava para mudar de vida. “Minha mãe cursou faculdade aos 50 anos e em seguida fez uma especialização, mesmo trabalhando e cuidando dos filhos”.
“Meu pai vendeu essa casa de taipa e comprou o terreno da casa em que hoje moramos. Foi quando nessa época um amigo o apresentou aos Alcoólicos Anônimos e nossa vida mudou pra melhor”, afirma.
Pediu demissão para empreender
Lidi concluiu os cursos de turismo e gestão de recursos humanos e foi a oportunidade na CVC que a fez perceber que o turismo é a profissão que ama exercer. “Foi uma escola para mim”.
Só que tendo o empreendedorismo na veia desde criança, pediu demissão e montou uma agência com uma amiga, acabou não dando certo e ela seguiu sozinha no mesmo ramo. “Comecei a perceber uma boa demanda para grupos 50+ e foquei nisso, até que veio a pandemia e prejudicou bastante o nosso setor, principalmente o meu público de idosos”, afirma.
“Alguns clientes faleceram, precisei fechar o espaço físico, demitir funcionário e também perdi um irmão. Voltei a morar com meus pais para dar uma maior assistência a eles. Tudo isso me fez não querer mais atuar nesse nicho”.
“Percebi essa necessidade viajando”
Lidi conta ainda que fez uma consultoria com o Sebrae e se encorajou a reabrir o espaço físico, pois as viagens voltaram a ter demanda. “Acompanhando meus grupos, ouvia relatos de mulheres que queriam viajar, mas não tinham companhia. Daí surgiu o despertar para montar o @arretadaspelomundo, com viagens só para mulheres”, lembra.
O primeiro grupo foi um sucesso e já está esgotado. Quinze mulheres irão se aventurar em Gramado em novembro deste ano. A demanda foi tanta que já fez Lidi abrir outro pacote, dessa vez, pra Belo Horizonte e cidades históricas, que embarca em abril.