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Mãe luta para ter filha de volta após criança ser levada para o pai em SP: “Não tenho mais contato com ela”

Após se separar de seu ex-marido, Ismaela Menezes, residente em Maceió, encontra-se em uma angustiante batalha para reencontrar sua filha de 5 anos. Ismaela revelou ao Eufêmea que seu ex-companheiro, juntamente com a avó da criança, levou sua filha para São Paulo sem sua permissão. A reportagem traz o relato da mãe e informa que entrou em contato com familiares do ex-marido dela identificado como José Robert Vicente da Silva, mas não obteve retorno.

O término

Ismaela compartilhou que o término de seu relacionamento ocorreu devido ao comportamento agressivo de seu ex-parceiro. Ela explicou: “Ele me humilhava, utilizando palavras de baixo calão e me insultando na frente de várias pessoas. Além disso, ele me ameaçava constantemente”.

Ela explicou que desejava se separar e retornar a Maceió, mas ele a ameaçava, afirmando que se ela levasse a filha deles, Ismaela não sobreviveria. “Eu recorri ao Conselho Tutelar da cidade e, em seguida, decidi ir à delegacia da Mulher de Arujá. Chegando lá, registrei o boletim de ocorrência e relatei tudo o que aconteceu.”

Ismaela revelou ao Eufêmea que possui três boletins de ocorrência contra o suspeito, incluindo um por violência doméstica registrado em 11 de abril.

Após a emissão de um novo boletim de ocorrência, ela obteve uma medida protetiva e organizou sua vinda para Maceió.

“Fui à delegacia com a polícia para pegar algumas roupas para mim e minha filha. Ele foi levado à delegacia, prestou depoimento e despediu-se da minha filha. Então, organizei minha volta para Maceió”, relatou. Durante esse período, ela e a filha ficaram hospedadas em um abrigo fornecido pela Prefeitura.

Retorno a Maceió

Após seu retorno a Maceió, Ismaela mencionou que todos os dias sua filha mantinha contato com o pai. “No entanto, em algumas ocasiões, a mãe do meu ex-companheiro pediu desculpas e expressou o desejo de construir um relacionamento saudável conosco. Embora eu estivesse desconfiada, concordei com isso pelo bem da minha filha”.

Ismaela relatou que um dia a ex-sogra expressou o desejo de passar alguns dias na casa da bisavô da filha, em Maribondo, Alagoas, e pediu para ficar com a neta por algum tempo.

Ismaela explicou que, embora tenha permitido que a filha passasse algum tempo com a avó paterna, ela fez questão de que lhe enviassem o endereço e mantivessem contato diário.

A situação se complicou quando a avó mencionou que levaria a criança para um sítio em Arapiraca, onde não haveria sinal de telefone. Mesmo assim, Ismaela pediu que tentassem manter contato. Durante esse período, ela continuou a ligar e enviar mensagens, mas não obteve resposta.

Foi então que, ao entrar em contato com a bisavó, Ismaela foi informada de que o pai e a avó haviam levado sua filha de volta para Arujá.

“Prontamente entrei em contato com meu advogado, informei o ocorrido e tomei as medidas cabíveis. Os familiares que moravam em São Paulo me enviavam mensagens dizendo que a minha filha estava bem e que o pai a levou de volta porque ela não estava gostando de morar comigo. Eles alegavam que, se eu quisesse a guarda da minha filha, teria que resolver a questão no estado de São Paulo. Também disseram que a avó da criança estava agindo assim porque eu fiz a mesma coisa.”

Ela foi para São Paulo e, ao buscar as autoridades e chegar à porta da residência do ex-marido, eles se negaram a entregar a criança, alegando que ela maltratava a filha

“Depois de tantas tentativas de localizá-los, não tinha mais condições financeiras para permanecer em Arujá. Além disso, não possuía familiares naquela região, e mesmo com o auxílio da assistência social da cidade, não teria condições de sustento. Tinha meu trabalho em Maceió e precisava retornar, mas isso não significou desistir de reaver minha filha. Continuei enviando mensagens, porém, todos me bloquearam, e aqueles que mantinham contato comigo alegaram não saber o paradeiro dele e da minha filha”.

Ela disse que diante da justiça, eles tentaram alegar que ela maltratava a menina e que ela havia iniciado um novo relacionamento com alguém de má índole, o que eram alegações falsas. 

“Essas acusações foram levadas a uma audiência na qual somente a avó se apresentou, informando ao juiz que não sabia onde o filho estava e que não mantinha contato com ele, omitindo informações.”

No dia 19 de julho, o juiz Carlos Aley determinou uma liminar de busca e apreensão da criança, mas até o momento, a criança não foi entregue.

“E eu estou aguardando que o pai compareça e me entregue a criança, uma vez que a guarda foi deferida a meu favor. Desde então, estou impossibilitada de ver ou falar com minha filha.”

Desde então, ela relatou que não consegue dormir, enfrenta crises de ansiedade e está angustiada por não saber o paradeiro de sua filha. “

“Sinto que ela está sendo alienada pelo pai para me odiar, pois ele parece querer se vingar de mim, tentando tirar a guarda dela e fazendo ameaças de espalhar informações pessoais. Eu apenas busquei o melhor para mim e para minha filha, lutando por um ambiente tranquilo. Peço ajuda das autoridades e de qualquer pessoa que possa colaborar. Só quero lutar pelo meu direito de ser mãe”, conclui.

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Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.