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A sociedade não aceita quando uma mulher se destaca: rompa a bolha e siga em frente!

  • Estou no Instagram: @raissa.franca

Pode ser difícil admitir, mas o seu desenvolvimento pode incomodar os outros, especialmente se você for uma mulher.

Ontem, ouvi um episódio do podcast “Bom Dia, Obvius”, no qual Juliette, a cantora e ex-BBB, proferiu uma frase que realmente mexeu comigo e me fez pensar: “As pessoas desejam que você cresça, elas insistem para que você alcance esse lugar. No entanto, quando finalmente o faz, parece ser visto como uma afronta, como se você tivesse mudado.”

Certamente, a sociedade muitas vezes valoriza uma mulher insegura e na posição de vítima. No entanto, quando ela se liberta dessa posição, isso pode causar desconforto e resistência.

Por qual motivo incomoda tanto?

Assisti a um vídeo meu de 2020, que era uma das primeiras entrevistas que concedi sobre o portal Eufêmea. No vídeo, meu cabelo estava alisado, eu estava internamente insegura, e estava apenas começando a compreender o que significava empreender naquele momento.

Sempre fui alguém que não costumava demonstrar minhas fraquezas e inseguranças. No entanto, ao rever esse vídeo hoje, consigo realmente perceber como eu me sentia naquela época, e isso se deve ao conhecimento que tenho sobre mim mesma.

Agora, consigo me ver em uma posição diferente: mais forte, com uma compreensão mais sólida do que desejo e maior capacidade para lutar pelo que acredito. Recebo muitos elogios encorajadores, como “você me inspira”, “sua voz é importante para todos nós” e “você é uma mulher incrivelmente forte”. No entanto, ao mesmo tempo, isso acarreta uma grande responsabilidade e uma autoexigência de “não posso cometer erros”.

Essa pressão de evitar erros está, de fato, ligada ao meu próprio processo de crescimento. À medida que crescemos, mais pessoas nos observam, mais pessoas fazem julgamentos e mais pessoas tentam se aproveitar do que você alcança.

Tenho plena consciência de que não sou mais a mesma pessoa que era em 2020 e que não tenho a intenção de retroceder. Estou comprometida com seguir adiante e, nesse percurso, pretendo trazer mais mulheres comigo. No entanto, estou ciente de que vou causar desconforto em algumas pessoas, como já tenho notado nas frases aparentemente bem-humoradas que, na realidade, têm um tom de crítica.

Estou utilizando um exemplo pessoal para enfatizar este ponto: você vai causar desconforto. Muitas pessoas preferem que você se mantenha dentro de limites estreitos, sem prosperar e sem se destacar, porque elas próprias não conseguem fazê-lo. Elas desejam que você se assemelhe a elas.

A sociedade patriarcal, em particular, resiste à presença de mulheres em posições de destaque, pois reconhece que quando uma mulher desperta, ela inspira outras mulheres a fazerem o mesmo. Isso desafia a norma estabelecida e a hierarquia de poder.

Se eu puder lhe oferecer um conselho, é este: rompa a bolha e siga em frente! Muita gente se inspira em você.

Minha Dica: assista a entrevista do Bom Dia, Obvius

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Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.