Se você é uma mulher adulta que muitas vezes se sente sobrecarregada, dispersa e com dificuldades para manter o foco e a organização, pode ser que você esteja enfrentando o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) na vida adulta.
Para falar sobre esse assunto, convidei o psicólogo Alysson Cavalcante (CRP 15/3728). Confira o texto abaixo:
O TDAH é um transtorno neurobiológico que afeta a capacidade de uma pessoa para prestar atenção, controlar impulsos e regular o comportamento. Embora seja mais comum em crianças, estima-se que milhões de adultos também vivenciam esse desafio diariamente. No entanto, quando se tratam de mulheres adultas com TDAH, o diagnóstico pode ser ainda mais difícil devido a certas características únicas que podem mascarar os sintomas.
Os Sintomas do TDAH em Mulheres Adultas
O TDAH em mulheres adultas pode se manifestar de maneira diferente em comparação aos homens ou crianças. Enquanto os meninos costumam exibir hiperatividade óbvia, as meninas podem demonstrar sintomas mais sutis, como desorganização crônica, procrastinação, dificuldade de concentração e dificuldades emocionais. As mulheres também tendem a internalizar mais seus sentimentos de frustração e ansiedade, o que pode levar ao desenvolvimento de problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão.
Os Desafios do Diagnóstico
Devido a forma como o TDAH muitas vezes se apresenta em mulheres adultas, o diagnóstico pode ser desafiador. Muitas vezes, os sintomas são erroneamente atribuídos ao estresse do trabalho, responsabilidades familiares ou outros fatores externos, resultando em um subdiagnóstico significativo. No entanto, reconhecer e compreender os sintomas é o primeiro passo para buscar apoio e melhorar a qualidade de vida.
Empoderando a Jornada com TDAH
Receber um diagnóstico de TDAH na vida adulta pode ser um misto de emoções, mas é essencial lembrar que não define quem você é. Em vez de ver o TDAH como uma limitação, considere-o como uma oportunidade para explorar estratégias e ferramentas que podem ajudar a gerenciar os desafios do dia a dia.
- Educação e Autoconhecimento: informe-se sobre o TDAH e como ele se manifesta em mulheres adultas. Conheça seus próprios padrões e sintomas, identificando as situações que mais a afetam.
- Busque Apoio Profissional: consulte um profissional de saúde mental especializado em TDAH para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado.
- Terapia: a terapia pode ser uma ferramenta poderosa para lidar com questões emocionais e desenvolver estratégias de enfrentamento, além de importante para desenvolver habilidades de organização e gerenciamento de tempo.
- Estabeleça Rotinas e Estruturas: criar rotinas e estruturas pode ajudar a trazer mais ordem ao dia a dia, reduzindo o estresse e melhorando o foco.
- Exercício e Alimentação Saudável: manter-se ativa e seguir uma dieta equilibrada pode ter um impacto positivo na função cerebral e no bem-estar geral.
- Rede de Apoio: conecte-se com outras mulheres que também têm TDAH. Compartilhar experiências e estratégias pode ser enriquecedor e proporcionar um senso de comunidade.
- Autoaceitação: lembre-se de que é normal ter desafios e que todos têm suas imperfeições. Seja gentil consigo mesma e celebre suas conquistas, por menores que sejam.
Sendo assim, o TDAH na vida adulta não é um obstáculo intransponível, mas sim uma jornada que pode ser enfrentada com confiança e determinação. Ao desmistificar esse transtorno e buscar apoio adequado, as mulheres podem aprender a gerenciar seus sintomas, descobrindo seus talentos únicos e alcançando seu pleno potencial. Lembre-se de que você não está sozinha nessa jornada, e com o apoio certo, é possível prosperar e viver uma vida plena e gratificante.
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Alysson Cavalcante dos Santos CRP 15/3728 – Psicólogo e Mestre em Psicologia pela UFAL, com formação e Especialização em Terapia do Esquema, Terapia Cognitivo-Comportamental, Terapia de Casal e Relacionamentos e em Neuropsicologia. Atualmente estou como presidente da Associação de Terapias Cognitivas de Alagoas (ATC-AL). Atua na clínica e na docência do Ensino Superior há uma década.
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