Foto: Ilustração
Em entrevista exclusiva ao Eufêmea, Vanessa Emylle conta que foi à boate Joy Club, no último domingo (03/12), com o irmão e um amigo. No local, se juntaram a mais um grupo de pessoas e estavam bebendo e curtindo a noite, quando, por volta das 4h da manhã, a festa acabou para ela. “Fui ao banheiro e um homem foi atrás de mim e forçou o sexo comigo, mesmo sem eu querer. Eu estava de vestido, tentei lutar, mas ele conseguiu”.
Ela relata ainda que havia seguranças no local, mas que demorou muito até alguém aparecer para ajudar. “Tem um monte de segurança, mas que não auxiliam. Quando um finalmente veio, eu corri para a porta da boate e desmaiei”. Inconsciente, Vanessa desta vez foi salva por passantes. “Ele veio atrás, sentou em cima de mim e ficou pegando nas minhas partes íntimas. Três meninas que estavam indo embora – que foi uma das testemunhas – me viram desmaiada no chão”.
Sangue e vermelhidão
Depois disso, a estudante de farmácia afirma que chamaram bombeiros e policiais, e foi conduzida para a delegacia e para o hospital, de onde saiu com o laudo de “estupro de vulnerável”, já que havia ingerido bebida alcoólica e estava em condição de fragilidade prevista por lei. “Eu e as testemunhas fomos depor, depois eu fui na UPA, onde fizeram um curativo no meu pé, passaram uma receita para reduzirem os hematomas, pois fiquei toda machucada com a luta e me encaminharam para o hospital da mulher para fazer todos os exames. A citologia mostrou sangue e vermelhidão em toda a vagina”.
Duas testemunhas da cena afirmaram em depoimento que Vanessa apresentava um corte no dedo do pé, um galo grande na testa e um arranhão também na cabeça, e ainda, que a vítima estava “grogue” e sem calcinha. Uma delas afastou o acusado de perto e ele devolveu a calcinha que estava em seu bolso. Neste momento, os seguranças detiveram o suspeito identificado como Adilson de Oliveira.
“Fiz exames também para saber se ele tinha me transferido alguma doença e tomei medicamentos muito fortes para evitar qualquer tipo de transmissão. Ainda bem que os exames deram tudo ok com a minha saúde”.
“Agora me culpam pelo crime”
Em depoimento, um dos seguranças do estabelecimento ouvidos no dia, disse que o casal passou a noite junto e que estava tendo relação sexual no banheiro, afirmação que ela, o irmão, amigos e testemunhas negam. “Eu não passei a noite com ninguém, isso foi informação falsa, viram que ele estava a noite toda me assediando”.
Agora, Vanessa luta por justiça e quer que o acusado seja preso para impedir que outras mulheres sejam vítimas do crime que deixa marcas físicas e psicológicas. “Meu sentimento é de nojo e tristeza, não consigo sair da cama. Me sinto desprotegida e humilhada porque além de tudo, quando resolvi divulgar, estão vindo me culpar, culparam minha roupa, o ambiente, companhias, a bebida, o meu trabalho. Nada justifica abusarem de mim e me agredirem”, conclui.
Resposta do estabelecimento
Procurada por nossa equipe, Elaine Dias, proprietária do estabelecimento informou, também em entrevista exclusiva, que os bombeiros e seguranças deram toda a atenção à vítima desde quando perceberam que ela havia ingerido muita bebida, mas que ela se recusou. “Vendo que ela estava acompanhada por dois rapazes e, por vezes, uma moça, deixavam eles com os cuidados. Já colhemos as imagens de segurança, inclusive nas imagens mostra toda assistência. Será entregue à justiça”.
Elaine relata ainda que quando os seguranças tomaram conhecimento do fato, logo abordaram o acusado e ‘seguraram’ até a chegada da polícia e que também tem ciência sobre o depoimento concedido pelo segurança. “Depois que tudo começou a vir à tona, fiquei sabendo desse relato, mas o fato é que o mesmo que entrou no banheiro com ela é o mesmo que passou a noite. Ela estava com os dois o tempo todo”.
A proprietária afirma também que está em contato com a vítima desde que soube do ocorrido. “Tenho falado com Vanessa, estou dando toda assistência possível, ela me procurou e estou à disposição para o que for preciso”.