A advogada Bruna Hollanda, que denunciou ter sido estuprada por um colega advogado após um bloco pré-carnavalesco em janeiro, na Zona Sul de Aracaju, renunciou ao cargo de conselheira da Ordem dos Advogados do Brasil em Sergipe (OAB-SE). Bruna usou as redes sociais e afirmou que não recebeu acolhimento por parte da OAB.
Em fevereiro, a OAB realizou uma coletiva de imprensa e afastou o suspeito do cargo de conselheiro.
A advogada afirma, em um vídeo, que o último fato a pesar para sua renúncia foi o fato de que a OAB/SE contratou um instituto de pesquisa para abordar de forma induzida, utilizando seu caso, para transmitir por telefone aos advogados as ações tomadas pela ordem.
“Mesmo não tendo recebido a ligação da empresa, afirmo categoricamente, por meio desta carta de renúncia, como mulher, advogada e vítima de violência sexual, que não recenbi acolhimento nem qualquer suporte da OAB/SE”, disse Bruna.
Nas redes sociais, a advogada disse: “Finalizo minha participação profundamente decepcionada e indignada com a postura desrespeitosa, falaciosa, machista e perigosamente astuta. (…) Sou mulher, sou advogada, sou mãe, fui violentada covardemente, sou vítima de estupro, fui dilacerada no corpo, na alma e socialmente (…) Continuei calada e firme aguardando o acolhimento institucional que não tive até hoje”.
Ao G1 SE, a defesa do advogado suspeito disse que ele já prestou depoimento à polícia e que foram verificadas, por parte da defesa, contradições no depoimento da vítima, mas que só se pronunciará sobre o caso ao final do inquérito.
O advogado ainda disse que procurou a Corregedoria do Tribunal de Justiça e da Polícia Civil para denunciar vazamentos de documentos, a exemplo do Boletim de Ocorrência.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, o inquérito do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) está em fase final de conclusão.