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O reaparecimento do sorotipo 3 do vírus da dengue no Brasil é um dos fatores responsáveis pela epidemia da doença em diversas regiões brasileiras. Em Alagoas, por enquanto, há a predominância do sorotipo 1, mas a chegada do período de chuvas traz ameaças, uma vez que há mais de 15 anos não há circulação do sorotipo 3 e uma parte da população, por não ter entrado em contato com este subtipo de vírus, pode ser acometida pela forma grave da doença.
O vírus da dengue possui quatro sorotipos. A infecção por um deles gera imunidade contra o mesmo sorotipo, mas é possível contrair dengue novamente se houver contato com um sorotipo diferente. O risco do retorno do sorotipo 3 ocorre por causa da baixa imunidade da população, uma vez que poucas pessoas contraíram esse vírus desde as últimas epidemias registradas no começo dos anos 2000.
O anúncio do aumento de 53% do número de casos notificados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) é visto como alerta pelos especialistas em doenças infectocontagiosas. “Esta epidemia de dengue já vem sendo anunciada há mais de um ano pelos médicos e pesquisadores. Com transmissibilidade maior, o sorotipo 3 apresenta um perigo para nossa população uma vez que ela está mais suscetível. Outra preocupação é que com o calor excessivo e chegada do período chuvoso, a evolução do mosquito é mais rápida, as altas temperaturas aceleram o desenvolvimento de larva para insetos alados”, explicou a infectologista do Hospital Helvio Auto, Vânia Pires.
A temível mistura de altas temperaturas e início do período chuvoso contribui para a maior proliferação dos mosquitos, principalmente em áreas densamente povoadas. Com mais mosquitos, mais picadas e mais infecções com perigo de reintrodução do sorotipo 3. “Temos que lembrar que o Aedes aegypti não transmite somente a dengue. As coinfecções estão ocorrendo, inclusive com a transmissão de mais de uma doença por picada”, informou Vânia Pires.
*Com Assessoria