Fotos: @_edvanferreira
Paloma Tojal foi empossada no dia 6 de maio como a nova secretária da Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev) de Alagoas. Anteriormente, ela atuava como secretária executiva de Gestão Interna da Secretaria da Fazenda. Com essa nomeação, ela se torna a 18ª mulher a integrar o secretariado de maioria feminina do governo de Alagoas.
O Eufêmea conversou com a advogada e secretária Paloma. Ela destaca uma gestão focada em otimizar a administração da pasta, os fluxos, os processos e o controle de algumas áreas. A secretária também expôs que sua missão é trazer ainda mais dinamismo para a estrutura organizacional e, ao mesmo tempo, fortalecer as ações de prevenção à violência que já estão em andamento.
Confira a entrevista completa:
Quem é Paloma Tojal?
Eu sou uma mulher de 30 anos, mãe de um pré-adolescente de 12, noiva do Alexandre, meu companheiro de vida. Sou advogada especialista nas áreas de Gestão Pública e Direito Administrativo e estou cursando MBA em Gestão de Pessoas. Me encantei com a administração pública quando comecei a trabalhar no Governo de Alagoas, há 10 anos, como estagiária da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz).
Você poderia nos contar um pouco sobre sua trajetória pessoal e profissional até chegar ao cargo de secretária de Estado de Prevenção à Violência?
Quando engravidei eu tinha 17 anos e ainda estava concluindo o ensino médio. Entrei na faculdade de Direito ainda grávida e, por muito tempo, fiz jornada tripla, estudando, trabalhando e cuidando do meu bebê. Entrei na Sefaz quando meu filho tinha um ano e meio e essa era a minha rotina. Foi uma caminhada bem trabalhosa, mas muito rica em descobertas. Ao mesmo tempo em que eu aprendia sobre administração pública, legislação e processos, na faculdade e no estágio, em casa eu me desenvolvia como mãe, aprendia com meu filho, evoluímos juntos.
Eu costumo dizer que o ambiente de trabalho me ajudou a crescer para a maternidade e a maternidade me ajudou a amadurecer como profissional. Fiquei como estagiária de 2013 a 2015, quando fui convidada a assumir meu primeiro cargo na casa, que era uma assessoria técnica no gabinete do secretário. Depois, no mesmo ano, assumi a assessoria de governança, um trabalho que estava sendo iniciado naquela gestão do Governo do Estado.
E no ano seguinte, 2016, eu assumi a chefia de gabinete, uma missão ainda maior por toda a responsabilidade que o cargo exige, por lidar com todas as áreas da secretaria. Em 2021 o secretário da época, George Santoro, me convidou para o desafio de ser secretária executiva de Gestão Interna, quando ficou a meu cargo toda a parte administrativa, financeira, de RH e de projetos da Sefaz. Estive neste cargo, que engrandeceu bastante minha carreira e meu currículo, até receber o convite do governador Paulo Dantas para ser secretária de Estado de Prevenção à Violência.
Quais são os principais objetivos que você pretende alcançar?
Estou secretária da Seprev há cerca de 20 dias e, durante esse tempo, já pude vislumbrar que muitas das experiências que eu tive na Fazenda, como gestora, eu consigo adaptar para a realidade da Prevenção à Violência.
A ideia é otimizar a gestão administrativa da pasta, os fluxos, os processos, o controle de algumas áreas. Minha missão é trazer ainda mais dinamicidade para a estrutura organizacional e, ao mesmo tempo, fortalecer as ações de prevenção à violência que já estão em andamento, além de ampliá-las para que cheguem aos quatro cantos do estado, contemplando todos os alagoanos.
Como você avalia a situação atual da violência no nosso estado e quais são as áreas que mais precisam de atenção imediata?
Alagoas vem melhorando, ano a ano, seus indicadores na área da violência. Em contrapartida, os números de casos de violência contra a mulher, contra crianças e adolescentes e contra vulneráveis, de uma maneira geral, seguem expressivos não só aqui, mas em todo o Brasil. Nós, que fazemos a Segurança Pública, precisamos unir ainda mais esforços no sentido de agir de maneira assertiva para garantir segurança e a efetivação dos direitos desses públicos.
Alagoas é o único estado com paridade entre homens e mulheres no secretariado. O que representa para as mulheres alagoanas?
Na minha percepção isso representa mais políticas públicas para as mulheres. Mais de nós em espaços de poder significa mais de nós tendo oportunidade de efetivar direitos, de propor soluções para questões urgentes que somente nós, com nossas vivências, sabemos reconhecer importantes. O histórico social do Brasil e do mundo é muito masculinizado, mas nós estamos, aos poucos, mudando essa realidade.
A maioria feminina no primeiro escalão do executivo estadual vai proporcionar para Alagoas mudanças de paradigmas que serão sentidas no longo prazo. Ter mulheres à frente de pastas historicamente comandadas por homens, como é o caso da Fazenda, da Agricultura, por exemplo, vai fazer com que políticas públicas tocadas nessas áreas tenham desdobramentos que só a vivência feminina poderia proporcionar. Me faz muito feliz e realizada ser parte disso.
Quando recebeu o convite para ser secretária, aceitou de primeira ou teve medo de assumir o cargo? Por que decidiu aceitar?
O medo é um sentimento natural que sempre nos acompanha quando somos desafiados a encarar algo novo. Mas ele não pode nos paralisar. Especialmente a nós, mulheres. Quando o governador Paulo me convidou, não hesitei em aceitar. É gratificante poder contribuir com minha experiência e meu conhecimento em gestão pública para o crescimento de uma secretaria da área da Segurança Pública de Alagoas. Eu espero poder promover, junto à equipe da Seprev, grandes feitos para o nosso estado, deixar um legado positivo na prevenção à violência, na promoção da cidadania. Vou trabalhar todos os dias com esse objetivo.
Para você, qual a importância de ocupar um espaço majoritariamente masculino?
A Segurança é, de fato, um espaço majoritariamente masculino. Isso, ao meu ver, faz a presença de mulheres em posições de liderança ainda mais importante e potencialmente transformadora. É isso que eu quero fazer enquanto estiver à frente da Seprev: trazer meu olhar feminino, minhas vivências enquanto mulher, mãe, gestora, para fazer a diferença no cenário em que eu me encontro agora.