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Psicóloga alagoana faz história no revezamento da tocha das Olimpíadas: “Momento histórico”

Foto: Comitê Olímpico de Paris

Alagoana, psicóloga e uma mulher que ama enfrentar novos desafios, Dandara Buarque, 33 anos, se orgulha de sua origem e agora pode-se dizer que é uma mulher que fez história. Na quarta-feira (24), ela vivenciou um momento único que levará para o resto da vida: Dandara foi escolhida para participar do revezamento da Tocha Olímpica na cidade de Rueil-Malmaison, na França.

A psicóloga foi convidada a participar do revezamento pelo Comitê Olímpico de Paris, por indicação de um dos patrocinadores dos Jogos Olímpicos. Ao Eufêmea, ela contou que ficou emocionada assim que recebeu o e-mail com a indicação. “Eu não estava acreditando que era real”, disse.

Foto: Comitê Olímpico de Paris

Ela reforçou que ir para Paris “já é incrível por si só”, mas ir para Paris para carregar o símbolo do maior evento esportivo do mundo é surreal.

“Eu jamais ousei sonhar com algo assim, apesar de ter certeza que nada é impossível. Fui tomada por uma sensação indescritível de honra, gratidão e orgulho. Permaneço e permanecerei assim desde então”, afirmou Dandara.

Pessoas que inspiram

Em uma publicação nas redes sociais, Dandara mencionou que cada passo dessa jornada será dedicado às pessoas que a inspiram e apoiam. Ela citou a mãe e o irmão, como as duas pessoas mais importantes da vida dela.

“Cresci com eles, e eles moldaram diretamente a minha personalidade. Minha mãe é uma guerreira. Ela priorizou nossa educação e sempre nos ensinou que poderíamos ser quem quiséssemos, garantindo seu apoio em qualquer caminho que escolhêssemos. Meu irmão sempre foi meu companheiro e exemplo de como um amigo deve ser”, comentou.

Mas também citou o Airbnb como apoiador desse momento. Ela conta que entrou na plataforma e que no começo só “sabia ser hóspede”, não entendia sobre ser anfitriã.

“Mas, quando decidi tentar, me dediquei ao máximo para aprender a oferecer o melhor serviço possível. Depois, fui convidada para liderar a comunidade de anfitriões de Maceió, um trabalho que faço com muito orgulho. Ter essa responsabilidade me impulsionou a buscar ser ainda melhor. Não fosse a minha comunidade, eu certamente não estaria hoje no Conselho Consultivo de Anfitriões do Airbnb, como única representante da América do Sul”, explicou Dandara.

Foto: Comitê Olímpico de Paris

Ancestralidade

Para Dandara, a experiência está sendo enriquecedora e uma oportunidade para futuras chances profissionais. Ela está dividindo um Airbnb com quatro amigas: uma chinesa que mora na Austrália, uma japonesa, uma tailandesa e uma queniana.

“O convívio com pessoas de diferentes culturas está ampliando minha visão de mundo, melhorando minha capacidade de comunicação e adaptabilidade. Estou aprendendo a lidar com diferentes perspectivas e abordagens, o que é essencial em um ambiente de trabalho globalizado. Além disso, estou construindo uma rede de contatos internacional que pode abrir portas para futuras oportunidades profissionais”, afirmou.

Ela menciona que chegou até aqui também carregando a bagagem dos ancestrais. Ela cita que a vida para a mulher não é fácil, sobretudo quando se é uma mulher negra.

“A vida para a mulher, especialmente para a mulher negra, tende a ser difícil. Não está sendo diferente para mim, mas muitas outras mulheres enfrentaram caminhos ainda mais tortuosos para que eu estivesse aqui hoje”, ressalta.

E o grande dia chegou…

Foto: Comitê Olímpico de Paris

Ontem, Dandara vivenciou uma emoção inesquecível. Representando Alagoas, e carregando o nome da histórica quilombola e líder negra, casada com Zumbi dos Palmares, ela fez história nas Olimpíadas de Paris 2024.

À reportagem, Dandara comentou que só se deu conta de que realmente tudo estava acontecendo quando iniciou o revezamento.

“Foi um momento mágico e único na minha vida. Sentir toda a positividade daquele lugar é de uma emoção indescritível. Foi a experiência mais surreal da minha vida”, reforçou Dandara.

Abertura das Olimpíadas

A cerimônia de abertura será realizada na sexta-feira, 26 de julho, às 14h30 (horário de Brasília). A transmissão ao vivo será feita na TV Globo. Os canais a cabo da SporTV também vão exibir o evento, assim como a plataforma de streaming Globoplay.

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Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.