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Caso Maria Aparecida: Acusado de assassinar a esposa a facadas é condenado a 32 anos de prisão

Foto: Ascom MPE/AL

O réu Alisson José Bezerra da Silva, acusado de assassinar a esposa a facadas, foi condenado a 32 anos e 8 meses de reclusão. Ele assassinou Maria Aparecida da Silva Bezerra, no bairro do Antares, em julho de 2022. O julgamento começou na manhã desta terça-feira (6), no Fórum do Barro Duro, em Maceió, e terminou no início da noite de hoje.

O Conselho de Sentença reconheceu o motivo torpe, o homicídio qualificado e o feminicídio, entendendo o crime como premeditado.

O júri foi marcado por fortes depoimentos, incluindo os da irmã de Maria e da filha da vítima, Beatriz. Nos depoimentos, elas disseram que Maria Aparecida vivia uma relação abusiva e que era mantida sob vigilância. Além disso, elas afirmaram que o réu era agressivo também com os filhos.

Durante o julgamento, o promotor de Justiça, Antônio Vilas Boas, ouviu o depoimento de Cleonice das Dores da Silva, irmã da vítima. Ela relatou que a família nunca aprovou o relacionamento, citando comportamentos controladores e abusivos por parte de Alisson. Cleonice afirmou que ele impedia visitas familiares e era violento desde o início da convivência.

Leia mais: Caso Maria Aparecida: irmã da vítima diz que acusado impedia visitas familiares e era violento

A filha do casal, Ana Beatriz, também prestou depoimento, descrevendo o relacionamento dos pais como conturbado. Ela afirmou que Alisson era violento tanto com Maria Aparecida quanto com os filhos, mencionando um episódio em que o irmão se urinou após apanhar do genitor.

Ana também informou que não reconhece Alisson como pai, referindo-se a ele apenas pelo nome, e que aconselhava a mãe a se separar devido à violência. Ela disse que, apesar de ser nova, quando presenciava as agressões, conversava com a mãe e dizia: “Mãe, por que a senhora não se separa? Eu nunca vou querer um relacionamento desse na minha vida.”

Ana Beatriz contou que Alisson trabalhava fora durante a semana, mas controlava a mãe por câmeras, e que a atmosfera em casa era tensa, com todos vivendo “pisando em ovos”. Além disso, confirmou que Alisson retirava o carro e as chaves de casa durante brigas, impedindo Maria Aparecida de usar.

Problemas psiquiátricos

Durante o julgamento, a defesa arrolou um psiquiatra para depor, afirmando que o acusado Alisson tem problemas psiquiátricos graves. Quando ele entrou no salão do júri, o réu disse nunca tê-lo visto. A defesa ainda tentou ressaltar que ele não reconhecia o médico por causa dos problemas psiquiátricos.

O médico disse que o réu chegava ao consultório triste e com características de que poderia estar em um quadro depressivo. Em meio a polêmicas sobre seu depoimento, o júri decidiu dispensar o psiquiatra como testemunha.

Família

A irmã da vítima, Cleonice das Dores Silva, disse que a condenação alivia um pouco da dor pela perda da irmã e que, por ela, e pelos filhos órfãos, a justiça foi feita.

“Estamos felizes porque a justiça foi feita, graças a Deus e em nome da minha irmã, dos meus sobrinhos e de toda nossa família. Minha irmã foi muito agredida, sofreu muito e terminou dessa forma cruel. Nunca mais seremos os mesmos. Mas, sairemos daqui com os corações mais aliviados, a justiça da terra já foi feita, ainda resta a do céu”, diz Cleonice.

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Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.