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O Hospital Geral do Estado (HGE) conta com uma equipe altamente especializada que está preparada para agir num dos momentos mais angustiantes na vida de alguém: o suicídio. A equipe do Centro de Acolhimento Integrado e Prevenção do Suicídio e Autolesão (Cais), localizado em Maceió, se dedica nos detalhes para salvar vidas.
Luciene Maria Silva tem 46 anos. Desempregada e mãe de dois filhos, ela desenvolveu um transtorno mental após uma desilusão amorosa. Desde então, crises envolvendo alucinações, delírios, comportamentos desorganizados, problemas de memória e pensamentos negativos têm sido um desafio enfrentado pela família, que por vezes solicita o internamento no Hospital Escola Portugal Ramalho (HEPR), em Maceió, como forma de controle, tratamento e segurança. “Dessa vez, ela estava em casa com meu irmão, quando de repente sumiu. Eu tinha ido à venda e quando voltei recebi a notícia de que ela havia sido atropelada por um ônibus. Ficamos desesperados, pedimos ajuda ao Corpo de Bombeiros, que realizou o primeiro atendimento ali mesmo na via e a transportou para o HGE”, recordou a filha de Luciene, a jovem Marta Queiroz, de 23 anos.
Segundo testemunhas, ela se jogou contra o veículo e não houve tempo para evitar o atropelamento. Com o acidente, uma fratura no quadril direito foi diagnosticada com exames de imagem e a realização de uma cirurgia de emergência no dia de sua admissão. De alta da cirurgia geral, ela agora segue o tratamento pela Neurologia, Ortopedia, Psicologia e Cais em enfermaria na Área Verde.
“Em outro momento, a minha mãe já tentou se enforcar. O meu irmão tem 18 anos e eu e meu esposo não podemos tomar conta dela a todo o instante. Com isso, nós estávamos muito preocupados com o que será dela quando sair do hospital. Até que apareceu essa equipe do Cais, que nos escutaram, compreenderam a situação, esclareceram dúvidas e mostraram que querem nos ajudar indicando onde encontraremos a ajuda que precisamos”, aliviou-se a filha. A psicóloga Íris Gomes, do Cais, explica que durante o internamento são realizadas abordagens que estimulam a comunicação, no objetivo de encontrar as melhores soluções para proteger a vida de Luciene. E na futura alta hospitalar, os profissionais acionaram a Rede de Atenção Psicossocial, visando para acompanhamento, além da participação do Centro de Referência de Assistência Social (Creas).
“Também acolhemos a família de Luciene. O que importa para a gente é que toda a família viva com uma melhor qualidade de vida e tenha acesso aos cuidados que precisam. E se a família entender que o melhor é a hospedagem em um abrigo, nós também articulamos para que isso aconteça da melhor forma, após a alta hospitalar, ainda sem data prevista”, acrescentou a psicóloga.
*Com Assessoria