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A mãe de Maria Welita dos Santos, de 45 anos, estava na igreja quando sofreu um mal súbito. Apesar de ser socorrida e reanimada, antes mesmo de chegar ao Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, a falta de oxigenação no cérebro causou a morte encefálica e a decisão da família foi pela doação de órgãos. Com isso, a captação dos dois rins e das duas córneas ocorreu com sucesso, e os órgãos já foram levados para os quatro receptores.
“A minha mãe sempre gostou de ajudar as pessoas. Ela era artesã, me ensinou a sua arte, bem como outras lições que meu irmão e eu levaremos para sempre em nossas vidas. Em conversas, ela externou a vontade de doar seus órgãos e nós já falamos um dia sobre isso. Sendo assim, não fazia sentido negar a doação, iria de encontro com o desejo dela, com tudo o que ela representa para nós e com o que também acredito”, disse Welita, que é casada e tem dois filhos.
O procedimento ocorreu no centro cirúrgico do HGE, mediante mobilização da Central de Transplantes de Alagoas, Organização de Procura de Órgãos (OPO) e servidores plantonistas. Segundo a enfermeira Anne Costa, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) conta com profissionais qualificados para agir de forma humanizada e eficiente quando o protocolo identifica mais um caso de morte encefálica nos hospitais em Alagoas.
“Quando o diagnóstico de morte encefálica é confirmado, nós convidamos os familiares para uma conversa, onde informamos essa triste notícia e perguntamos se autorizam a doação dos órgãos. Caso a resposta seja positiva, iniciamos todos os trâmites necessários para que tudo ocorra conforme as orientações do Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde”, explicou a coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos.
Dados
Conforme o último levantamento feito pela Central de Transplantes de Alagoas no mês de agosto, 536 pessoas estavam na lista de espera por transplantes, sendo 512 vivendo a expectativa de receber novas córneas, 18 esperando um rim e seis precisando de um fígado. A meta é conseguir zerar a fila de espera por transplantes em Alagoas, além de poder ajudar o programa nacional, considerado o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo.
“E você que está lendo essa notícia, procure ou busque um grande esclarecimento para doar o órgão do ente querido. Eu sei que é angústia para uns, mas é felicidade para outros. Então é um pedacinho que morre, mas é um pedacinho que vai nascer. Você vai ver o órgão da sua família, do seu ente querido, nascer em outras pessoas”, declarou Welita.
Vale recordar que todo o processo que resulta no transplante é garantido a toda população por meio do Sistema Único de Saúde [SUS], responsável pelo financiamento de cerca de 88% dos transplantes no país. E que o governo Paulo Dantas está comprometido em expandir esse importante serviço que é mais uma forma viável para salvar vidas.
*Com Assessoria