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A dor e a libertação de desconstruir relações idealizadas

Muitas vezes, as pessoas se expõem a situações que já sabem, de antemão, que serão dolorosas. Essa exposição ocorre como um mecanismo de desconstrução de alguém idealizado. De um ponto de vista funcional, isso não deveria ser feito, já que essa experiência pode trazer prejuízos emocionais a quem se coloca nessa posição.

Nas relações amorosas, é comum a idealização que fazemos do outro. Muitas vezes, o acesso a informações sobre essa pessoa parece não ser suficiente; é como se faltasse uma prova concreta de que ela não correspondia ao ideal que construímos. Esse processo ocorre porque, na idealização, nada além do que imaginamos tem espaço. No amor idealizado, tudo possível, e pensamos que uma pessoa ideal jamais nos enganaria – pelo menos, é o que queremos acreditar.

Ao avançar nesse processo, chega um momento em que precisamos romper com esse ideal. É um confronto brusco com a realidade, desprovida de máscaras, que pode ser extremamente doloroso. Afinal, ao quebrar essa imagem idealizada do outro, não estamos falando apenas dele.

Desconstruir pessoas e relações idealizadas implica abrir mão de algo em nós mesmos, um rompimento com algo que construímos, reforçamos e não qual construímos. Somos inundados de idealizações, e romper com elas pode ser necessário. Às vezes, essa desconstrução passa pela exposição consciente a essas situações, tornando-se uma parte essencial do processo.

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Adelayde França

Psicóloga, feminista e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Sou uma mulher em constante movimento, sempre em busca de autodescobertas e novas reflexões. Aqui, vou compartilhar minhas vivências no SUS e jornada pessoal. CRP: 15/5833