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Entenda como funciona o Centro de Acolhimento Integrado e Prevenção ao Suicídio e Autolesão

Instalado no Hospital Geral do Estado (HGE), o Centro de Acolhimento Integrado e Prevenção ao Suicídio e Autolesão (CAIS) oferece atendimento especializado em saúde mental, desempenhando um papel importante na prevenção e apoio pós-crise para pessoas em situação de risco de suicídio e autolesão.

O CAIS é um equipamento público fundamental na promoção da saúde mental e no cuidado psicossocial de cidadãos que enfrentam esses desafios, oferecendo acolhimento e acompanhamento humanizado.

Como Funciona o CAIS?

Inaugurado no dia 26 de agosto deste ano, o CAIS já se consolidou como uma referência no acolhimento de casos de suicídio e autolesão no estado de Alagoas. De acordo com o Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME), somente nos primeiros oito meses de 2024, o HGE notificou 78 tentativas de suicídio. Nos anos anteriores, os números foram igualmente preocupantes: 108 casos em 2023 e 121 em 2022.

Os pacientes são encaminhados para o CAIS através do Hospital Geral, onde recebem atendimento especializado de uma equipe multidisciplinar. Desde sua inauguração, 23 pacientes já passaram pelo Centro. A equipe é composta por profissionais capacitados para reconhecer fatores de risco, realizar um acolhimento humanizado e fazer os encaminhamentos necessários dentro do Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo a psicóloga do CAIS, Soraya Suruagy, o centro não apenas acolhe quem tenta suicídio, mas também oferece informações e conscientização para a população. O objetivo é ampliar o acesso à rede psicossocial e promover uma abordagem preventiva para o cuidado da saúde mental.

Foto: Cortesia ao Eufêmea

“Realizamos ações internas para esclarecer dúvidas de pacientes, acompanhantes, visitantes e servidores. Além disso, coletamos dados que podem se converter em estatísticas fundamentais para a construção de novas estratégias de combate pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau)”, explica a psicóloga.

Sinais de Alerta

Identificar sinais de alerta pode ser vital para a prevenção do suicídio. Soraya Suruagy destaca que esses sinais variam de pessoa para pessoa, de acordo com suas circunstâncias emocionais e psicológicas. Entretanto, ela reforça a importância de redobrar a atenção nos seguintes casos:

  • Pensamentos obsessivos e sem esperança: Quando a pessoa se mostra incapaz de concentrar-se ou vê a vida como algo sem propósito.

  • Mudanças extremas de humor: Como raiva excessiva, sentimento de vingança, ansiedade, irritabilidade ou intensos sentimentos de culpa ou vergonha.

  • Felicidade súbita: Pode ser um sinal de que a pessoa já aceitou a decisão de encerrar sua vida.

  • Despedidas ou “fechar pontas soltas”: Doar pertences ou visitar entes queridos pode indicar que a pessoa está se preparando para uma decisão fatal.

  • Comportamentos perigosos: Uso excessivo de álcool e drogas, direção imprudente ou sexo desprotegido.

  • Desistir de atividades prazerosas: Abandonar hobbies ou coisas que antes davam alegria.

Números de Casos no Nordeste

Entre 2019 e 2022, o Nordeste registrou 13.933 óbitos por lesões autoprovocadas, de acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade do SUS, posicionando-se como a segunda região com o maior número de casos no Brasil. No estado de Alagoas, Maceió lidera o ranking dessas mortes, seguida por Arapiraca, Palmeira dos Índios e Igaci.