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Delegada instaura inquérito contra dono de academia em Maceió após denúncias de assédio

Após nove mulheres registrarem boletins de ocorrência contra Alisson Santos, proprietário da academia FocoFitness Unidade Aldebaran, em Maceió, a delegada Kelly Kristynne, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher 2 (DDM2), instaurou um inquérito policial. A informação foi confirmada ao Eufêmea pela assessoria de comunicação da Polícia Civil. As denúncias vieram à tona depois que as mulheres procuraram o Eufêmea para relatar os casos.

Entenda as denúncias

No dia 14 de outubro, o Eufêmea publicou uma reportagem sobre quatro mulheres, incluindo a ex-esposa, que haviam denunciado Alisson Santos. Em resposta, o proprietário afirmou que as acusações eram infundadas. No mesmo dia em que a reportagem foi ao ar, o Eufêmea recebeu novos relatos de outras mulheres.

No dia 29 de outubro, o Eufêmea publicou outra reportagem sobre mais quatro mulheres que denunciaram o proprietário. As denúncias são de assédio sexual, estupro e violência psicológica.

Os relatos dessas novas mulheres seguem um padrão semelhante. Nenhuma delas quis ser identificada.

Uma das denunciantes relatou que Alisson frequentemente pedia abraços e justificava o ato de fechar a porta da sala alegando ter ‘toc’ com portas abertas. Segundo ela, durante um treinamento, ele a agarrou, segurou sua mão e a fez passar sobre seu pênis, que estava ereto.

“Foi nojento. Fiquei sem reação e disse que aquilo não era adequado para uma relação entre chefe e funcionária”, relatou a denunciante.

Ela também contou que Alisson a convidou para ter relações sexuais, mas ela recusou. “Ele ficou chateado, mas depois agiu normalmente, como se nada tivesse acontecido. Além disso, durante os treinamentos, ele ficava me encarando, o que me deixava desconfortável. Pensei em denunciar, mas tive medo de que ninguém acreditasse em mim”, contou.

O que acontece agora?

Instaurar um inquérito policial significa que a polícia iniciou uma investigação formal para apurar os fatos relacionados às denúncias. A delegada chamará as vítimas, testemunhas e os acusados ​​para prestarem depoimentos. Isso ajuda a obter detalhes dos eventos e verificar a consistência dos relatos.

A polícia pode buscar outras evidências, como registros de câmeras de segurança, documentos, mensagens ou qualquer outro material que possa corroborar as acusações. Caso necessário, pode haver realização de exames ou perícias, dependendo do tipo de violência investigada, para comprovar o ocorrido.

Ao concluir a investigação, a polícia elabora um relatório com as conclusões do inquérito, que será encaminhado ao Ministério Público (MP). O MP decide, então, se apresenta uma denúncia formal à Justiça ou se arquiva o caso, caso não encontre provas suficientes.

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Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.