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Dono de academia em Maceió é preso por acusações de estupro e assédio sexual

ERRATA: O Eufêmea havia colocado *importunação sexual, mas foi pelo crime de assédio sexual*

O dono da academia FocoFitness, unidade Aldebaran, em Maceió, Alisson Santos, foi preso na última quinta-feira (14). No início do mês, a delegada Kelly Kristynne, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher 2 (DDM2), instaurou um inquérito policial para investigar as denúncias. O Eufêmea recebeu com exclusividade as primeiras denúncias feitas por 4 mulheres, entre elas, a ex-esposa dele.

No mesmo dia em que a reportagem foi publicada, o Eufêmea recebeu outros relatos, e mais cinco mulheres registraram boletins de ocorrência. As denúncias incluem assédio sexual, violência psicológica e estupro. Até o momento, o número de mulheres que acusam o proprietário chega a nove.

Nesta segunda-feira (18), a reportagem consultou o site do Tribunal de Justiça de Alagoas e confirmou a prisão do réu. Alisson foi preso devido ao cumprimento de um mandado de prisão preventiva expedido pelo 2º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da Capital, relacionado a acusações de estupro (Artigo 213 do Código Penal) e assédio sexual (Artigo 216-A do Código Penal). A prisão ocorreu no âmbito da Lei Maria da Penha.

No dia 15 de novembro, foi realizada a audiência de custódia para analisar as circunstâncias da prisão de Alisson Santos, incluindo possíveis violações de direitos no momento da detenção. Em seu interrogatório, Alisson negou todas as acusações. No entanto, ele permanece preso.

As denúncias

Os relatos dessas novas mulheres seguem um padrão semelhante. Nenhuma delas quis ser identificada. Uma das denunciantes relatou que Alisson frequentemente pedia abraços e justificava o ato de fechar a porta da sala alegando ter ‘toc’ com portas abertas. Segundo ela, durante um treinamento, ele a agarrou, segurou sua mão e a fez passar sobre seu pênis, que estava ereto.

Uma das vítimas falou como o assédio começou de forma sutil, com comentários e gestos que ela julgava inadequados em uma relação de trabalho. 

“Ele falava manso, me pedia abraços quase sempre, fazia perguntas da minha vida pessoal. Tudo muito impróprio para um chefe”, afirmou.

Ela diz que o comportamento piorou quando, certo dia, ele a chamou para uma sala com a luz apagada, trancou a porta e tentou beijá-la. Ela acrescenta que foi abusada sexualmente por ele.

“Eu disse que não queria, mas ele me virou para a parede, tirou minha roupa e me violentou. Foi tudo muito rápido. Fiquei em choque e só consegui sentir medo. Não entendi o que tinha acontecido”. Após o caso, a funcionária relatou que ficou com medo de contar e decidiu ‘seguir em frente'”. 

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Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.