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“Estou apavorada”, diz professora que denunciou assédio sexual em bar de Maceió

Foto: fizkes – stock.adobe.com

Tempo de leitura:  3 minutos

A professora e escritora Adriana Ventura utilizou suas redes sociais para denunciar um caso de assédio sexual ocorrido no bar Conversa Botequim, localizado no bairro da Jatiúca, em Maceió. Ao Eufêmea, Adriana afirmou estar “com muito medo e apavorada” após o ocorrido.

O que aconteceu?

Adriana não mora em Maceió, estava na cidade a passeio. Segundo seu relato, enquanto estava no bar, um homem, na frente de todos, colocou a mão dentro do short enquanto a encarava. “Ele estava utilizando um pirulito para estimular as partes íntimas e se insinuando, além de me convidar para dançar um samba com ele”, disse.

Adriana contou que o músico da banda que estava tocando percebeu a reação dela e alertou o homem com um gesto negativo. “Como se a questão fosse apenas eu aceitar ou não a ‘dança’. Como se essa fosse uma possibilidade plausível”, relatou.

No relato, Adriana ainda completa: “O mais perturbador, além do assédio e da importunação sexual explícita, foi a complacência das pessoas que presenciaram a situação. Uma mulher loira, que estava sentada à mesa, provavelmente conhecida dele, gargalhava junto a outro homem”, disse.

Ela disse que, como mulher, decidiu abordá-la na inocência que ela pudesse ajudá-la. “‘Eu só vi ele te chamando para dançar’”, a moça alegou, compactuando com a situação. “Afinal, apenas um convite para dançar justificaria risadas tão intensas?”, escreveu a professora.

Vendo que não tinha sido ajudada, a professora chamou os gerentes e os responsáveis pelo estabelecimento para comunicar o ocorrido. “Enquanto isso, o assediador passou por nós a caminho de outro bar, e a mulher já parecia avisá-lo do desenrolar da situação. A moça, junto com o rapaz, sumiu”, relatou no Instagram.

“Muito medo”

À reportagem, Adriana disse que está com muito medo e que não deseja mais sair sozinha à noite. Ela também afirmou que estava aguardando o bar enviar as imagens para que pudesse registrar o boletim de ocorrência, o que deve ser feito ainda esta semana.

“Me sinto violentada. Desrespeitada. Me sinto impotente. Mas vou fazer do meu trabalho aqui minha força nesse momento para ter a coragem e a sabedoria para lidar com essa situação. Não passarão. Encontraram a pessoa errada”, reforçou.

O que diz o bar?

Veja a nota na íntegra:

O Conversa Botequim vem a público lamentar profundamente o ocorrido e reiterar que repudiamos veementemente todo e qualquer tipo de assédio ou preconceito, independentemente de sua natureza. Reafirmamos nosso compromisso com a segurança, o respeito e a dignidade de todas as pessoas que frequentam nosso estabelecimento.

Desde o primeiro momento, prestamos total apoio à cliente envolvida e seguimos à disposição tanto dela quanto das autoridades competentes.

Há 12 anos atuamos em nossa cidade, sempre guiados por valores como respeito, inclusão, segurança e bem-estar. Reafirmamos nosso compromisso de manter um ambiente acolhedor, seguro e igualitário para todos, e seguimos empenhados em aprimorar constantemente nossas práticas para que episódios como este nunca se repitam.

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Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.