O filme “Vitória”, inspirado na história real da alagoana Joana Zeferino da Paz, estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 13 de março. A produção, dirigida por Andrucha Waddington, traz Fernanda Montenegro no papel principal e se baseia no livro “Dona Vitória da Paz”, do jornalista Fábio Gusmão.
A trama acompanha a história de Dona Vitória, que, em 2005, registrou e denunciou um esquema de tráfico de drogas na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. Assim, as filmagens do filme Vitória foram feitas da janela de seu apartamento foram essenciais para a investigação, levando ao desmantelamento da quadrilha.
Porém, por sua segurança, ela passou 36 anos no Programa de Proteção à Testemunha, mantendo-se no anonimato até sua morte, em 23 de novembro de 2023, aos 97 anos.
Natural de Alagoas, Dona Vitória teve sua identidade mantida em sigilo por quase duas décadas. Com sua história agora revelada, o filme busca destacar sua coragem e impacto na segurança pública do país.
No elenco, além de Fernanda Montenegro, estão Alan Rocha, que interpreta o jornalista Flávio Godoy, inspirado no autor do livro; Linn da Quebrada; Laila Garin; e Thawan Lucas.
Veja também: Em filme, Fernanda Montenegro fará papel de alagoana negra que ajudou a prender traficantes; escolha gera críticas
Além disso, direção de “Vitória” inicialmente estava sob comando de Breno Silveira, que faleceu durante as gravações em 2022. Assim, Andrucha Waddington assumiu o projeto e finalizou o longa, que chega agora ao circuito nacional.
Quem foi Joana Zeferino?
De acordo com uma matéria do g1 Rio de Janeiro, Joana morava num apartamento, na Praça Vereador Rocha Leão, que dava para a Ladeira dos Tabajaras. Pela janela, começou a ver a movimentação de traficantes em uma boca de fumo.
O Extra apurou que ela entrou com uma ação contra o Estado devido à desvalorização de seu imóvel. Do mesmo modo, a ideia de filmar veio para desmentir a alegação, dentro da ação judicial, de um coronel da PM, que disse que a moradora mentia sobre a existência do tráfico, que seria combatido pelo batalhão.

O que ela fez? Decidiu comprar uma câmera de filmar e gravar as cenas, isso lá no ano de 2003. Ela conseguiu flagrar traficantes armados vendendo drogas. Além disso, nas imagens também era possível ver policiais militares fazendo vista grossa para o crime organizado.
Ela entregou as fitas à Polícia Civil, que deu início à investigação. Dessa forma, mais de 30 pessoas foram presas.
Assim, ela ingressou no no Programa de Proteção à Testemunha. Após isso, começou, ali, uma vida de “privações, angústia, desapego e resiliência”, contou o jornalista Fábio Gusmão: “O seu desejo, há anos, era ter o reconhecimento público”, escreveu.