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Justiça mantém em liberdade empresário acusado de matar esposa com seis tiros no Maranhão

Rony Veras. Foto: Reprodução/TV Mirante

A Justiça decidiu manter em liberdade o empresário Rony Veras Nogueira, acusado de assassinar a esposa, em 2022, na cidade de Dom Pedro, a 324 km de São Luís. Ianca Vale do Amaral foi morta pelo marido com seis tiros. O empresário Rony Veras foi indiciado pelo crime de feminicídio e preso dias depois.

O habeas corpus apresentado pela defesa do réu foi negado três vezes pela Justiça, mas em 6 de dezembro de 2022 houve uma mudança no entendimento do Ministério Público, que se manifestou favorável pela soltura do réu, pela primeira vez, e ele passou a responder ao processo em liberdade.

Indignada, desde dezembro, a família de Ianca busca o Ministério Público para entender a mudança. O irmão dela, Wadson Vale Alencar, questiona o Ministério Público sobre a sua atuação. “Porque o MP é para atuar a favor da sociedade e tá atuando contra a sociedade, contra as vítimas, fazendo uma inversão de valores sem tamanho”.

Rony Veras ficou em liberdade até 19 de janeiro de 2023, quando foi novamente preso por um pedido dos advogados contratados pelos irmãos da vítima, mas a decisão não durou muito. A Justiça entendeu que o pedido precisava ser feito pelo Ministério Público, autor da Ação. Ele foi solto novamente no último sábado (11), apenas 25 dias depois de ser preso.

Os irmãos de Ianca vieram a São Luís tentar conversar com a procuradora, sem sucesso. Lília Amaral, que também é irmã da vítima, lamenta a decisão da Justiça. “É lamentável um assassino desse estar solto. É um risco pra nós tá se expondo assim, um risco pra população também. Se as pessoas entrarem no caso um pouquinho vão saber que é lamentável ele estar solto”

Na porta do órgão, os familiares de Ianca receberam apoio de Silvia Leite, representante do Fórum Maranhense das Mulheres, que questiona a decisão da Justiça pela soltura de Rony Veras.

“Houve um feminicídio que foi amplamente divulgado a nível internacional e nacional. Nós temos uma decisão que dava pela prisão dele e no mesmo tempo você tem uma outra decisão que dá a soltura dele, e você não encontra a promotora pra explicar. Você tem Ministério Público como órgão de defesa, tanto da sociedade como do patrimônio”.

Ianca foi uma das 67 mulheres que perderam a vida no ano de 2022, vítimas de feminicídio no Maranhão. De janeiro até agora, a polícia registrou mais cinco casos.

A delegada da Casa da Mulher Brasileira, Wanda Moura, diz que para combater essa realidade é preciso que as vítimas denunciem e saibam que serão amparadas pelos órgãos públicos. “Que os feminicidas de fato respondam pelos crimes cometidos e que eles fiquem presos porque é uma forma da gente dá uma satisfação mínima para os familiares da vítima”, finalizou.

*com G1 Maranhão