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Juíza censura série de matérias de repórter nordestina sobre Alienação Parental

Imagem: JORGE HELY/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

A repórter do Intercept, a nordestina Nayara Felizardo, foi alvo de uma decisão judicial da juíza Flávia Gonçalves Moraes Bruno, da 14ª Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro para que o Intercept retirasse do ar a série “Em nome dos pais”, produzida pela repórter.

A série traz nomes de membros do poder Judiciário que aplicam a Lei de Alienação Parental de modo que provoca injustiças, e em alguns casos, livra acusados de estupro de vulnerável ou de violência doméstica, tirando os filhos das mulheres e entregando-os a quem elas denunciarem.

A magistrada ordenou a retirada do material em até 48 horas, sob multa de R$ 300 por dia, em caso de descumprimento.

A juíza alega que a reportagem usou documentos sigilosos e sua exposição poderia causar danos à imagem e à intimidade da criança. No entanto, a repórter afirma que “alterou todos os nomes para evitar que eles fossem identificados”.

A ação foi movida por um homem que não teve o nome citado em nenhuma das reportagens. 

A repórter Nayara afirmou que “teve que apagar todas as postagens que fez sobre o assunto nas redes sociais”. A jornalista fez quatro reportagens sobre Alienação Parental e um documentário. Segundo ela, ambos são frutos de um ano de investigação minuciosa.

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Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.