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Ela encontra no esporte a força para superar o câncer: “fazia quimio na quarta e na quinta corria 6km”

Severina Alves de Lima, mas pode chamar de Sil Ninja Águia, afinal esse é o nome que mais identifica a paraibana de 41 anos de idade que encontra na corrida a resistência para superar o câncer de mama.

O dia mundial desse esporte é celebrado hoje, na primeira quarta-feira de junho, desde 2016. E foi logo depois, em 2018, que Sil entrou para esse universo durante uma outra corrida, a de ônibus.

“Trabalho há 14 anos como operadora de caixa numa empresa. E durante o trajeto, sempre conversava com uma moça que me convidava para correr e eu recusava dizendo que achava sem graça. Fui vencida pela insistência”, relembra.

“Fiz minha primeira corrida de treino de 5km em 45 minutos. Peguei gosto e comecei a ganhar pódios logo em seguida. Ainda em 2018 fui fazer a Volta na Lagoa, só tinha corrido 26km na vida e nesse dia fiz 52km, foi quando me apaixonei pelas corridas longas”. afirma.

O que Sil não imaginava era que a sua maior prova de resistência estava por vir e que o esporte seria tão essencial nessa jornada.

Foto: Cortesia ao Eufêmea

Em 2019, aos 37 anos, fazendo autoexame, encontrou um nódulo e foi à médica. “Na punção descobriu-se que era benigno. Em 2020 veio a pandemia. Ao voltar à médica e fazer novo exame no final de 2021, ela constatou que era um carcinoma invasivo”.

“Fiquei sem chão e conversei com um amigo que já tinha passado por isso na família e ele me tranquilizou. Cheguei no consultório e minha pergunta foi: “vou ficar careca?” E ela sorriu e disse que eu ia e ia ficar linda”, conta.

Em fevereiro de 2022, ela começou a quimioterapia e finalizou em agosto. “Decidi fazer o que precisava ser feito sem me vitimizar, com fé, força de vontade e sempre praticando meu esporte”.

“Quatro dias antes da cirurgia perdi meu pai, mas não podia adiar. O que era para ser a retirada de apenas um quarto da mama, virou mastectomia radical. Eu já tinha me aceitado “com a careca brilhando” e agora teria que me aceitar sem uma mama inteira”, relembra.

Para Sil, a corrida foi cura em todos os sentidos, sua médica disse que como atleta, ia tirar de letra a pressão do tratamento.

“E assim foi. Claro que às vezes tinha fadiga e falta de apetite, mas não parei de treinar nem durante a quimio. Às vezes fazia a sessão na quarta e na quinta corrida os 6km da Josefa de Melo”.

“A atividade física reduziu meus efeitos colaterais e me deu saúde mental para resistir. Um mês e meio após a última sessão de quimioterapia, corri 42km”, contou.

Essa maratona ainda não acabou, mas está quase lá. Sil concluiu a quimio e em fevereiro de 2023, a radioterapia. Agora, aguarda o prazo de seis meses para fazer a reconstrução da mama para então, colocar a prótese.

Com seu aniversário se aproximando, esse ano, ela pretende celebrar com uma grande corrida em comemoração à sua saúde. “Vou correr 42km em homenagem à minha idade, mas tem opção de circuito de 2,5km, 5km, 10km, 15km e 21km. Estou pedindo 1kg de alimento não perecível para ajudar as pessoas que precisam”.

O evento acontece dia 09 de julho no Benedito Bentes e é gratuito. “Só quero a presença de todos. Correndo, vou inspirando as pessoas a buscarem sua melhor versão. Assim também pretendo ajudar o próximo a se superar e a encontrar a cura”.

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Meline Lopes

Jornalista, advogada, especialista em comunicação e em marketing digital. Atuou como repórter de televisão durante 9 anos em diversas emissoras do Brasil. É repórter do Eufêmea.