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O poder do ensaio sensual para a autoestima das mulheres: “me vi linda e sexy”

Foto principal: Amanda Monteiro. Créditos: Rebeca Santos

“Me senti uma artista”. A fala é de Letícia Lins quando perguntamos sobre a sua experiência ao ser fotografada em seu primeiro ensaio sensual. A autônoma de 37 anos conta que sempre gostou de fotos e achava lindas as sensuais, até que se encorajou e procurou uma profissional para fazer. “Uma conhecida fez, procurei me informar e vi que podia fazer também”, lembra.

Foto: Rebeca Santos

Insegurança em relação ao corpo e timidez não foram obstáculos para a modelo, que diz ter se sentido muito à vontade diante da câmera. “Me soltei, criei poses junto com a fotógrafa. Estava me sentindo bem com meu corpo e fizemos fotos de um jeito que não aparecia o que menos gostava. O resultado foi fantástico, mágico. Me vi linda, super sexy!”, completa.

“Desvendando de formas lindas”

Amanda Monteiro estava em um momento um pouco diferente quando buscou o ensaio. A doula e estudante de enfermagem de 21 anos passava por transição capilar que trouxe insegurança e fragilidade emocional. Ela também ressalta que sentiu medo pela cobrança que podia ser gerada sobre seu corpo, mas a necessidade de olhar para si e mudar sua autopercepção falaram mais alto.

“Antes do ensaio havia muitas inseguranças, principalmente relacionadas às comparações com outras pessoas. No momento do ensaio pude me desvendar de formas lindas e isso me gerou uma reflexão para outros momentos. A aceitação do nosso corpo é um processo constante, uma construção social”, afirma.

Para Amanda, posar e se ver no ensaio sensual exala autonomia à mulher, trazendo toda a sua potência, desenvolvendo autoconfiança. E todo esse processo de transformação pôde ser vivenciado ali mesmo, durante os cliques. “No início estava com um pouco de medo, mas não demorou muito pra eu me soltar. Fiquei super confortável. Indico para todas as mulheres. É uma experiência necessária!”.

Projeto para fotografar mulheres
Foto: Cortesia

Letícia e Amanda foram clicadas pelas mesmas lentes. Idealizadora do Projeto Clik Mulheres, a jornalista e fotógrafa pernambucana Rebeca Santos conta que a ideia surgiu na pandemia, com a vontade de levar autoconfiança e amor próprio às mulheres, a começar por ela mesma.

“Eu fui a inspiração para o projeto. Por muito tempo eu era infeliz com o meu corpo. Sempre me achei muito magra, sem graça, mas resolvi me aceitar do jeitinho que eu era e sou”, afirma.

“Aí eu pensei como poderia levar um pouco de autoestima para as mulheres com a minha fotografia, e decidi fazer o teste. Aluguei um flat no Airbnb por dois dias e fiz fotos de cinco mulheres de graça. Os relatos comprovaram que eu estava fazendo a coisa certa”.

A fotógrafa relata que as suas modelos reais não se enxergam verdadeiramente e que só depois de ver as fotos percebem o quanto são lindas. “Não edito as fotos, são elas como são, trabalho apenas com ajuste de iluminação. Elas, que só se olhavam no espelho procurando os defeitos, ao ver as fotos ficam encantadas e tem até dificuldade para selecionar as melhores”.

Além de ser transformador, o dia de modelo se mostra também uma experiência diferente e descontraída. Rebeca revela que as mulheres chegam super tímidas, mas depois de 20 minutos se soltam e não querem mais parar, e o que era para durar uma hora, se alonga muito mais.

“No final, já querem fazer fotos nua, já se sentem completamente à vontade e confiantes”, e completa: “corpo bonito é aquele que tem uma pessoa feliz e que se ama dentro dele”.

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Meline Lopes

Jornalista, advogada, especialista em comunicação e em marketing digital. Atuou como repórter de televisão durante 9 anos em diversas emissoras do Brasil. É repórter do Eufêmea.