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Calor, irritação e isolamento social: mulheres compartilham os desafios da menopausa

Foto: Shutterstock

“Muita quentura, mal-estar, irritação. Junto com a menopausa, veio uma depressão terrível; não tive vontade de fazer nada, só de dormir, chorar e vontade de morrer. Tudo me irritava!”. O relato é da empregada doméstica Luciana Cunha, de 42 anos, que recentemente atravessou o período da menopausa.

Diagnóstico
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Luciana explica que o período da menopausa trouxe complicações físicas, emocionais e sociais que a impactaram profundamente. No entanto, o diagnóstico levou algum tempo: “Minha ginecologista não acreditava que eu já estava entrando na menopausa, ela falou que eu era muito nova. Comecei as pesquisas e então tive a certeza que eu já estava passando pelo período.”

A descoberta do diagnóstico agravou os sintomas, levando a um aumento na depressão e crises de ansiedade. Luciana se isolou, evitando interações com amigos, família e membros da igreja. Mas, ela encontrou o caminho para o alívio dos sintomas ao cuidar de seu bem-estar emocional e físico.

“Eu percebi que não poderia permanecer daquela forma, pois meu filho era pequeno e precisava que eu estivesse bem. Tirei o café, açúcar, gordura, comecei a tomar suco detox, chás, além dos remédios que o psiquiatra passou. Depois comecei a sair mais, me divertir, voltei a falar com os amigos e ir para a igreja.”

“Período chato e desconfortável”
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Os aspectos da vida e emocionais do dia a dia também estão sendo impactados para Eliana Moura, de 53 anos, que está passando por esse processo. De acordo com ela, o primeiro encontro com a menopausa foi marcado por ‘sensação de muito calor no rosto e na nuca, suando muito’.

O calor súbito e as ondas de calor são sintomas comuns da menopausa, causados por mudanças hormonais. Para muitas mulheres, esses sintomas podem ser intensos e desconfortáveis, prejudicando o desempenho no trabalho, o relacionamento com amigos e familiares e a participação em atividades sociais. “Sinto dores nos pés e uma agonia de estar sentindo muito calor do nada”.

“A falta de informação ainda é muito grande”
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À reportagem, a psicanalista Márcia Cunha, fundadora e CEO da Plenapausa, uma femtech brasileira dedicada a informar as mulheres sobre a menopausa e oferecer soluções para seus sintomas, destaca a necessidade de um diálogo aberto sobre essa fase da vida.

“É preciso trazer para esse debate a importância de as mulheres – e a sociedade em geral, incluindo aí as organizações corporativas – aceitarem que o envelhecimento é algo natural e irreversível, sim, mas que não pode mais ser encarado como uma barreira. Ao contrário, é uma fase da vida que elas merecem desfrutar de forma plena, produtiva e saudável.”

De acordo com ela, embora a desinformação tenha sido um desafio, a visibilidade em torno da menopausa tem aumentado progressivamente. Isso levou um número crescente de mulheres a buscar informações médicas e a abrir diálogo com amigos e familiares.

“Muitas vezes até o profissional da área da saúde não orienta de forma adequada a mulher dizendo ‘que é isso mesmo, coisa da idade’. Nos últimos anos, mais de 7 mil usuárias passaram pela avaliação disponível no site para descobrir se estão no climatério ou menopausa e mais de um mil participaram dos nossos encontros com especialistas.”

Qualidade de vida
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Aos 55 anos e na menopausa há mais de uma década, Teresa Costa descobriu a Plenapausa seguindo Márcia Cunha no Instagram. Com a ajuda das informações disponíveis na plataforma e o uso dos medicamentos, passou a controlar os fortes calores que sentia dia e noite, a falta de sono e o mau humor.

“Comecei a pesquisar e me dei conta de que precisava mudar meu estilo de vida, adotando uma alimentação mais saudável, fazendo exercícios físicos e meditando. Os suplementos também ajudaram muito. Saí do fundo do poço e hoje me transformei em uma nova mulher, tenho mais qualidade de vida e equilíbrio”, comemora Teresa.

‘Os produtos mudaram minha vida’
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Outra usuária dos produtos da Plenapausa é Cleide Maria Dias da Silva, de 52 anos, que assim como Teresa está passando pela fase desafiadora. Segundo Cleide, os produtos (suplementos) mudaram sua vida e, principalmente, a sua relação com a menopausa.

“Com as informações que obtive e o acompanhamento dos profissionais, participação nas lives onde posso tirar dúvidas, aprendi mais sobre o meu corpo, além de me sentir mais disposta, leve e plena”, conta.

​Para Márcia, conquistar melhor qualidade de vida e bem-estar nessa fase da vida requer da mulher, em primeiro lugar, uma busca pelo autoconhecimento, algo que irá proporcionar a ela o real entendimento dos sintomas e onde esses sinais mais a afetam. “A partir daí, ela pode procurar a melhor solução, com a ajuda de um médico”, diz.

O que é a Plenapausa?

Primeira Femtech no Brasil com foco na saúde da mulher a partir da menopausa. Entendendo que hoje, no Brasil, são cerca de 35 milhões de mulheres em idade menopausal e 85% delas sentem os sintomas em maior ou menor grau.

Ainda que parte do público feminino desconheça os sintomas, a Plenapausa tem como missão gerar informação, cuidado e tratamento às mulheres durante essa fase, que a partir de pesquisas e dados, busca constantemente criar soluções efetivas para esse público. Recentemente a startup foi aprovada para o maior programa de aceleração da América Latina, o Inovativa Brasil.

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Rebecca Moura

Estudante de Jornalismo pela Universidade Federal de Alagoas e colaboradora no portal Eufêmea, conquistou o primeiro lugar no Prêmio Sinturb de Jornalismo em 2021. Em 2024, obteve duas premiações importantes: primeiro lugar na categoria estudante no 2º Prêmio MPAL de Jornalismo e segundo lugar no III Prêmio de Jornalismo Científico José Marques Melo.