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Inicia neste sábado, 11 de novembro, e segue até a próxima quarta-feira (15), o 4º Congresso de Pesquisadores e Pesquisadoras Negros e Negras do Nordeste (Copene), um evento promovido pela Associação Brasileira dos Pesquisadores Negros (ABPN) e que pela primeira vez será realizado em Alagoas. Cerca de dois mil participantes estão sendo aguardados no evento, que terá a participação da minista da Igualdade Racial, Anielle Franco, e a deputada federal Dandara Tonantzin (PT-MG), que foi relatora da Lei de Cotas.
“Serão cinco dias de reflexão para compartilhar a produção científica dos negros e negras do Nordeste. Vamos receber, professores, pesquisadores, universitários, estudantes Ensino Básico, Técnico e Tecnológico federal, professores e estudantes das redes de Educação Básica, além de integrantes de movimentos sociais negros e de direitos humanos”, informou Danilo Marques, diretor do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que está à frente da organização do evento.
Os integrantes do Neabi estão envolvidos na organização do evento, totalmente presencial, que terá como tema Duas décadas de ações afirmativas: o legado de Palmares e o futuro das políticas públicas.
Além da Ufal, a Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) e o Instituto Federal de Alagoas (Ifal) estão na organização do Congresso, mantendo a tradição em sediar eventos com a participação de ativistas e intelectuais negros e negras. A partir de 1980, lideranças do movimento negro e pesquisadores começaram a se reunir anualmente em Maceió e em União dos Palmares, no mês de novembro. “Trazer o Copene para Alagoas é um marco também do retorno da democracia, com a retomada das atividades da Fundação Palmares”, destacou Marques.
Ele relembra atividades históricas que foram realizadas no estado. “Em 1981, por exemplo, foi realizado, em Maceió, o 1° Simpósio Nacional Sobre o Quilombo dos Palmares, em que estiveram presentes nomes como: Abdias Nascimento, Lélia Gonzales, Januário Garcia, Zezé Mota, Clóvis Moura, Joel Rufino e Hamilton Cardoso. Os participantes subiram a Serra da Barriga em caravana e iniciaram os debates e solicitações para o tombamento da Serra da Barriga e a constituição do Memorial Zumbi”, relembrou o diretor do Neabi.
O Núcleo está digitalizando o acervo documental dos anos 80 até os anos 2000, com toda a luta pela afirmação das populações negras e indígenas na Ufal. São arquivos de muitas atividades importantes como o 4º Encontro de Negros do Norte-Nordeste: a luta contínua, povo negro na diáspora (1984); Simpósio Nacional de Preservação de Sítios e Monumentos Negros (1988), 2º Simpósio Nacional sobre o Quilombo dos Palmares (1995) e 1º SBPC Afro-indígena (2018).
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*Com Assessoria