O Desembargador João Luiz Azevedo Lessa, do Tribunal de Justiça de Alagoas, concedeu liberdade a mulher que matou a tiros o marido, o policial militar Rodrigo Pauferro Viana, no dia 28 de outubro, em um condomínio residencial no bairro do Benedito Bentes, parte alta de Maceió. De acordo com a decisão que o Eufêmea teve acesso, a mulher agiu em legítima defesa.
A prisão foi realizada após a polícia receber denúncias de violência doméstica na residência do casal. A defesa alega que ela agiu em legítima defesa, sendo vítima de agressões físicas, psicológicas, sexuais e verbais por parte do PM.
De acordo com o depoimento dela, Rodrigo já lhe obrigou a beijar seus pés e implorar por sua vida, além de proferir contra ela palavras de baixo calão. Ela disse que Rodrigo lhe impediu de continuar seus estudos, de trabalhar, além de controlar suas vestes e proibir que ela saísse de casa e até mesmo fosse à residência de sua mãe. Além disso, ela afirma que fora mantida em cárcere privado por diversas vezes.
À Gazetaweb, a Polícia Civil de Alagoas afirmou que deixou de indiciar a mulher. Segundo a delegada Rosimeire Vieira, a jovem agiu em legítima defesa quando atirou contra Rodrigo.
O dia do fato
No depoimento, a jovem disse que quando os policiais chegaram à residência deles, ela estava sendo agredida e Rodrigo achou que ela havia lhe denunciado. Ele soltou o pescoço dela e foi tentar escutar o que os policiais estavam conversando. Foi nesse momento que ela pegou a arma de Rodrigo e apontou em sua direção para que ele mantivesse afastado. “Ele afirmou que ela não atiraria, num ato de desespero, ela efetuou os disparos”, diz um outro trecho do processo.
As testemunhas afirmaram que, na data do fato, a jovem tentou fugir da residência, quando Rodrigo Viana puxou-a de volta para o interior do imóvel, agredindo-a. Os vizinhos relataram em depoimento terem ouvido gritos dela, momento em que chamaram a polícia.