A relação de Mariana Andrea da Silva Feitosa com a cozinha começou em 2016, inicialmente como uma obrigação e necessidade de garantir uma renda extra para sustentar seus dois filhos, já que ela era mãe solo. Ela enfrentou o desafio conhecido por muitas brasileiras que, sozinhas, conciliam a maternidade e o trabalho.
Como tudo começou
Ao Eufêmea, a alagoana contou que interrompeu os estudos aos 17 anos quando engravidou. “Eu parei de estudar porque tive vergonha de entrar numa sala de aula naquela época com a barriga”, confessa.
Apesar desse desafio, sua determinação a levou de volta às salas de aula após o nascimento dos filhos, concluindo o ensino médio por meio de supletivo.
E foi justamente o fruto dessa gravidez que apresentou a Mary o gostinho do empreendedorismo. Trabalhando em uma escola, ela teve a ideia de fazer a festa de 15 anos da sua filha e relembra: “Eu pedi para a dona da cantina de onde eu trabalhava para vender os doces e ajudar a pagar o aniversário”.
Após a festa, ela enfrentou uma demissão inesperada da escola onde trabalhou por nove anos e com parte do dinheiro da rescisão, começou a confeccionar seus próprios doces.
Do improviso ao amor pela cozinha
“Foi depois que eu comecei a trabalhar com doces que eu senti esse desejo pela cozinha”, revela. Após sete meses dedicados à produção caseira, Mary voltou ao cenário profissional, trabalhando em outra escola por cinco anos. Entretanto, a dualidade entre a vida corporativa e seu crescente negócio de doces começou a pesar.
Ela compartilhou que chegou um período que não dava mais para conciliar o negócio dela com trabalhar fora.
“No início, tinha medo de perder o trabalho, mas no período da pandemia vi que conseguiria trabalhar em casa, na cozinha da minha casa fazendo os meus doces”.
Ela conta que foi apenas há dois anos que deixou de ver o negócio apenas como hobby e passou a enxergar profissionalmente, como uma empresa e se encorajou a pedir demissão. Depois de um mês do pedido, ela recebeu um diagnóstico assustador que, para ela, foi apenas a confirmação da sua decisão.
Atualmente, Mary dedica-se a aprimorar seus talentos na criação de doces gourmet e formatos exclusivos de presentes doces.
“Iniciei só com brigadeiros, depois comecei a fazer casquinhas de chocolate, lembrancinhas personalizadas, presente em forma de chocolate, cestas de café da manhã, tudo agregando o doce em qualquer lembrancinha que a gente faz”.
Olhar para o futuro
Olhando para o horizonte, Mary tem planos para 2024. “Me especializar, fazer um curso de confeitaria avançada para melhorar ainda mais o meu negócio”, compartilha.
Além disso, ela almeja concluir o espaço de trabalho que começou a montar em 2023, proporcionando-lhe mais conforto enquanto cria suas delícias.
“O empreendedorismo proporcionou uma melhor oportunidade na vida pra gente”, destaca ela, cujo negócio não apenas a realizou pessoalmente, mas também contribuiu significativamente para as despesas familiares. “Minha filha trabalha como caixa em uma loja no shopping e quer voltar para a faculdade, meu filho sonha em ser lutador e treinar fora e eu quero poder contribuir com isso”.