Por Cecília Calado e Raíssa França
A chegada de um novo ano simboliza, para muitas mulheres, o início de um novo capítulo. Nas finanças, essa transição não é diferente. Uma pesquisa conduzida pelo Instituto Locomotiva e MFM Tecnologia em 2023 mostrou que oito em cada dez famílias brasileiras se encontravam em situação de endividamento, e um terço delas lidava com dívidas em atraso. Diante desse cenário, como ter um ano financeiro mais tranquilo?
O Eufêmea conversou com a contadora, empresária e mentora de negócios femininos na Be Labs, Elen Toledo, que forneceu dicas sobre como elaborar estratégias financeiras.
Conforme apontado por Elen, listar objetivos que não estão alinhados à realidade pode gerar frustrações e desencadear questões no âmbito financeiro ou até mesmo no âmbito mental.
“A minha recomendação é que, antes de olhar para o futuro, a gente tenha sempre em mente o nosso histórico bem desenhado”, disse.
Ela mencionou que existem dois tipos de mulheres no início do ano. A primeira é aquela que tem o histórico financeiro registrado, seja no papel, em um aplicativo ou planilha.
O segundo tipo de mulher é aquela que não possui nenhum registro ou organização. “A recomendação é que, mesmo sem dados objetivos, ela tente entender como foi o fluxo dela no passado para fazer uma previsão, mesmo que menos precisa que a outra mulher, do que pode acontecer em 2024”.
De acordo com a contadora, a primeira meta para essa mulher é realizar a organização, de modo que, com esse monitoramento, ela consiga evoluir de maneira mais eficiente e assertiva no planejamento dos próximos anos e períodos.
“Em suma, é necessário conhecer a realidade dessa mulher, suas receitas e despesas, e obter um entendimento mais aprofundado para estabelecer metas que estejam alinhadas com essa realidade. Atualmente, para aquelas que estão mais organizadas e têm tudo registrado, é possível dar passos mais firmes e observar melhor os cenários.”
Reserva de emergência
A contadora reforçou a importância de se ter uma reserva de emergência, pois é natural enfrentarmos altos e baixos ao longo do ano. “Ela serve para sustentar um período de baixa, proporcionando um suporte no qual possamos nos apoiar e suprir nossas necessidades.”
No entanto, ela alerta que para constituir uma reserva de emergência é necessário que o dinheiro esteja sobrando. “Se o dinheiro já está sobrando desde já, então a recomendação é guardá-lo e não utilizá-lo a menos que surja uma emergência justificável.”
Registre tudo!
A contadora destaca que o primeiro passo para compreender como o dinheiro está sendo gasto é registrar todas as despesas. “Portanto, é importante registrar todas as saídas de dinheiro, seja por meio do cartão de crédito, da conta bancária ou da carteira.”
Para realizar esse registro, a especialista também destaca que a mulher precisa identificar a forma que melhor se adapta à sua realidade, seja um caderninho, uma planilha, um planner ou um aplicativo. “Após o registro, é importante identificar o que constitui uma despesa recorrente e usual, e distinguir o que representa um investimento dentro dos registros sendo identificados durante o período em que ela está fazendo a apuração.”