Dias 01 e 02 de fevereiro, pouco mais de sete anos após o brutal assassinato de Joana Mendes, a justiça finalmente começa a ser feita. O réu Arnóbio Cavalcante, pronunciado desde 2019, enfrentará o júri popular para responder pelos atos que deixaram a família e toda a sociedade consternadas.
A longa espera por justiça
O julgamento chegou a ser marcado e anunciado para dezembro de 2023, mas acabou sendo adiado devido à necessidade de realização de algumas diligências, entre elas a liberação de acesso a documentos sigilosos, e ainda, o exame de identificação e comparação datiloscópica, a fim de identificar eventuais digitais presentes na suposta arma do crime.
Nas redes sociais, com a proximidade do julgamento, a família divulgou um vídeo com imagens de Joana em uma campanha de mobilização com pedido de justiça e condenação do réu. Movimentos feministas e grupos de apoio preparam um ato de protesto com cartazes e roupas brancas para o dia, com concentração prevista para às 08h em frente ao Fórum onde ocorrerá o julgamento, no Barro Duro.
O Eufêma conversou com a irmã da vítima e uma das assistentes de acusação do caso para ouvir sobre as expectativas do tão esperado julgamento.
Julia Mendes, irmã de Joana, explica à reportagem que a demora no julgamento se deu por estratégia da defesa para que o réu não vá a júri, adiando ao máximo este momento e fazendo com que o crime caia em esquecimento.
Andrea Alfama, uma das assistentes de acusação que acompanha o caso desde o início, alerta para o fato de que o julgamento é uma oportunidade de dar uma resposta à sociedade de que a violência contra a mulher não pode ficar impune.
“São sete anos que um pai e uma mãe estão sem a filha e que dois filhos estão sem a mãe. Minha expectativa é uma só: que ele saia condenado, e que o júri perceba a gravidade da situação, o crime odioso que cometeu e o perigo que representa ele estar solto. A violência contra a mulher é uma chaga em nossa sociedade, atingindo a todas indistintamente.”
Entenda
O feminicídio aconteceu em outubro de 2016. O crime foi cometido após o acusado, que não aceitava o fim do relacionamento, ter marcado um encontro com a vítima para conversar sob o pretexto de assinar divórcio de maneira amigável, assim como acordo de pensão para o filho menor, então com dois anos.
O assassinato se deu com 32 facadas, a maioria desferida no rosto de Joana dentro de um carro em uma rua do bairro de Santo Eduardo. Segundo informações da família, o autor abandonou o corpo da vítima que veio a óbito pela perda excessiva de sangue.