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Joana Mendes: Júri condena ex-marido que matou mulher com mais de 30 facadas a 37 anos de prisão

Foto: Anderson Macena

O Tribunal do Júri da 7ª Vara Criminal da Capital condenou, nesta terça-feira (2), o réu Arnóbio Cavalcante, de 48 anos, por assassinar com mais de 30 facadas sua ex-companheira, a professora Joana Mendes. Das 32 facadas, 30 foram no rosto da vítima. Ele foi condenado a 37 anos, 2 meses e 7 dias de prisão, além de ter que pagar R$ 150 mil de indenização por danos morais.

Foto: Anderson Macena

De acordo com o MP, a morte da vítima ocorreu por choque hipovolêmico, ou seja, em decorrência da perda de grande quantidade de líquidos e sangue. Na hora do velório, o caixão não pôde ser aberto porque o rosto de Joana de Oliveira Mendes estava desfigurado.

O crime ocorreu no dia 5 de outubro de 2016, no bairro do Poço, na capital.

Em janeiro de 2017, Arnóbio Henrique Cavalcante Melo foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio com três qualificadoras: assassinato cometido por emprego de meio insidioso ou cruel; mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; e contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, que é o feminicídio.

O julgamento

Família de Joana Mendes. Foto: Anderson Macena

O julgamento ocorreu durante toda a segunda-feira (1º) no Fórum do Barro Duro, em Maceió. No local, Arnóbio não respondeu as perguntas e ficou em silêncio. Em determinado momento, ele afirmou que não desejava ser representado pelo advogado para que pudesse ter anulação do júri.

O pedido não foi acatado, e Arnóbio voltou atrás após o juiz dizer que ele iria ser representado por um defensor público.

No júri foram apresentados laudos de que o acusado tem problemas psiquiátricos decorrentes de hipertireoidismo. No entanto, o promotor Antônio Vilas Boas disse que o suposto problema de tireoide não tem nada a ver com alguma debilidade mental do acusado.

O promotor também afirmou que houve fraude processual, já que o acusado apresentou dois relatórios psiquiátricos falsos. O primeiro, em 2022, foi assinado por um médico no momento em que Arnóbio estava detido, mas a Seris negou que o psiquiatra esteve no local naquele dia.

Já o segundo, em julho de 2023, aponta que o réu recebeu a visita de um médico, mas ele estava em liberdade após um habeas corpus expedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Histórico de violência

Antes de cometer o feminicídio contra Joana Mendes, Arnóbio Henrique Cavalcante Melo já acumulava um longo histórico de registros policiais, inclusive boletins de ocorrência por agressão a familiares, pedidos de medidas protetivas de ex-companheiras e ações penais ajuizadas. Uma das denúncias traz uma outra ex-esposa como vítima.

Só de boletins de ocorrência, a Polícia Civil tem computadas quatro queixas por agressões praticadas contra três ex-companheiras, uma delas, Joana Mendes.

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Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.