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II Festival Yá Dandara

Música, arte, diálogo: Maracatu feminino promove o II Festival Yá Dandara com entrada gratuita em Maceió

Dedicado a celebrar as manifestações artísticas de matriz africana e a ancestralidade feminina, o II Festival Yá Dandara traz à tona a força das mulheres, especialmente as periféricas, que, por meio da arte, ressignificam suas trajetórias. Nos dias 22 e 23 de novembro, o primeiro maracatu feminino de Alagoas promoverá uma verdadeira imersão cultural no Museu Théo Brandão, no Centro de Maceió. Com o tema “Descolonizando a arte a partir da ancestralidade feminina”, o evento tem entrada gratuita e contará com rodas de conversa, no primeiro dia, e apresentações artísticas, no segundo.

O festival se desdobrará em dois dias de programação, sendo o primeiro dedicado a atividades formativas e o segundo à vivência artística. No dia 22, a programação começa com uma mesa de diálogo, marcada para às 15h, que traz o tema “Descolonizando a arte a partir da ancestralidade feminina”. A mesa contará com as participações de Hildenia Oliveira, museóloga e coordenadora do Museu Théo Brandão, e Tamara Caetano, cientista social e produtora cultural. Elas vão debater as formas pelas quais as mulheres negras têm recuperado e reinventado suas tradições culturais.

Às 17h30, o festival realizará a oficina “Ritmos e História do Maracatu”, conduzida pelo Mestre Wilson Santos, músico e luthier que tem se dedicado à reestruturação e à preservação do maracatu em Maceió. Mestre Wilson trará sua experiência e conhecimento, proporcionando uma vivência prática sobre os ritmos e a história do maracatu.

No dia seguinte, 23 de novembro, a programação será voltada exclusivamente para apresentações artísticas, que começam às 15h30. A Orquestra de Tambores se apresenta com o convidado Natan Oliveira e o Combo Afro, iniciando uma série de shows que celebram a diversidade da música afro-brasileira. O público também poderá acompanhar as apresentações de Afro Oyamesan, Afro Dendê, o Maracatu Yá Dandara, a Escola de Samba Gaviões e Igbonan Rocha levarão toda a energia do samba de raiz para o palco.

Além das atrações artísticas, haverá bênção com a rezadeira Dona Fátima da Silva, uma das anciãs do Maracatu Yá Dandara. O festival oferecerá um espaço de convivência para a venda de alimentação e descanso dos participantes. O público terá acesso, ainda, à exposição e venda de produtos de artesãs e artistas negras.

O II Festival Yá Dandara é um evento que celebra, por meio da arte, a resistência e o protagonismo das mulheres, especialmente negras e periféricas. Com foco em manifestações culturais como maracatu, afoxé e coco de roda, a iniciativa destaca essas práticas como meios para as mulheres se destacarem, fortalecerem-se mutuamente e resistir às intempéries impostas pela sociedade.

Dani Lins, musicista e coordenadora do Yá Dandara, destacou a importância de as mulheres ocuparem espaços, tendo voz e alçando lideranças, ao usar a arte como ferramenta contra um sistema que as marginaliza. “É importante destacar a relevância de eventos como o Yá Dandara para o fortalecimento da cultura afro-brasileira e, especialmente, da mulher negra como empreendedora, artista e protagonista. É um Festival de arte, ancestralidade e poder da mulher. Esses espaços são essenciais para que possamos reimaginar a arte a partir da nossa própria perspectiva e mostrar que nossa ancestralidade é fonte de resistência e afirmação das nossas identidades”, declarou Lins.

O Festival conta com o apoio do Museu Théo Brandão e da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC).

Maracatu Yá Dandara – Idealizador do Festival, o Maracatu Yá Dandara nasce da vontade de criar um espaço exclusivamente feminino para a prática do maracatu em Alagoas. O desejo de inovar e romper com padrões foi o que deu origem ao grupo, a partir de uma oficina liderada por Dani Lins e Mestre Wilson Santos. “O Yá Dandara é uma homenagem à força da mulher negra, à luta de figuras históricas como Dandara, que muitas vezes foram apagadas da narrativa oficial. A escolha do nome é um tributo a essa mulher guerreira e ao simbolismo de resistência que ela representa”, explica Dani Lins.

A primeira formação do grupo, originada da oficina de 2022, logo se destacou em importantes eventos culturais de Maceió, como a Bienal do Livro, o Baile Vermelho e Preto, o Vamos Subir a Serra e o IV Congresso de Pesquisadores Negros do Nordeste (Copene). Além disso, o Maracatu Yá Dandara esteve presente no cortejos de 20 de novembro à Serra da Barriga, em 2023 e 2024.

Este ano, o festival também comemora a conquista do selo de Ponto de Cultura para o Maracatu Yá Dandara, uma das categorias do Edital de Premiação Cultura Viva – Sérgio Mamberti, promovido pelo Ministério da Cultura (MinC). O selo é um reconhecimento nacional de iniciativas culturais no Brasil, o que fortalece ainda mais o setor em Alagoas.

Confira a programação completa:

22 de novembro

15h: Mesa de Diálogo – “Descolonizando a arte a partir da ancestralidade feminina” (Hildenia Oliveira e Tamara Caetano);

17h30: Oficina de Ritmos e História do Maracatu (Mestre Wilson Santos)

23 de novembro

15h30 – Apresentações Artísticas:
Orquestra de Tambores com Natan Oliveira e Combo Afro;
Afro Oyamesan;
Afro Dendê;
Maracatu Yá Dandara;
Escola de Samba Gaviões;
Igbonan Rocha

Serviço:
Evento: II Festival Yá Dandara
Data: 22 e 23 de novembro de 2024
Local: Museu Théo Brandão, Av. da Paz, 1490 – Centro, Maceió
Entrada: gratuita

*Com Assessoria