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Em 13 dias, mãe perdeu a filha e o marido para a Covid: “Que as pessoas se cuidem mais”

Mary Eleuza de Castro Silva, 61 anos, viveu este ano de 2020 a pior de suas dores: em apenas 13 dias, ela perdeu a filha e o marido para a Covid-19. Viu a sua vida desabar e hoje se sustenta nas lembranças que eles deixaram em cada canto da casa onde moram no município de Arapiraca, no Agreste de Alagoas. Mãe de três filhos, Mary é avó de um garotinho de dois anos, a alegria da família. Não há um dia que ela não lembre da filha e do marido.  

Mary conversou com o Eufemea, a quem contou o drama vivido desde que o coronavírus chegou em sua família.  Ela diz que teve três filhos. “Agora dois comigo e uma no céu. Tenho um netinho”, afirma. 

Ela conta que a filha, Iza Eleuza de Castro Silva, 37 anos, morreu no dia 3 de junho e o esposo, José Edvaldo da Silva, 64, no dia 16 de junho. “Foram 13 dias de um pra o outro. Ela passou 9 dias internada e foi entubada no dia que faleceu. Ele se internou dois dias após a morte dela, isto é, dia 5 e faleceu dia 16 de junho”, lembra Mary. 

A filha era assistente social, formada há 15 anos pela Universidade Católica de Pernambuco. A mãe conta que ela “era gordinha sim, mas tinha uma saúde normal”, e fala do jeito extrovertido da filha, que a todos cativava e do amor dela pelos pais. 

“As lembranças são muitas e a saudade maior ainda. Ela era uma pessoa alto astral, de bem com a vida e de um coração generoso ao extremo. Não podia ouvir falar que eu ou o pai queríamos algo que ela estava providenciando”.  

Casados por 39 anos, Mary e José Edvaldo tinham sonhos e planos pela frente. Todos interrompidos pela morte provocada pelo coronavírus. “Ele era radialista e trabalhava na rádio Sampaio de Palmeira dos índios. Não saberia dizer como ele se contaminou”, diz. 

Mary com o marido José Edvaldo: “Nos falávamos pelo zap. Ele era uma pessoa de muita fé e não nos passava seus medos”

“Ele foi hospitalizado no dia 5 de junho, nos falávamos pelo zap. Ele era uma pessoa de muita fé e não nos passava seus medos. Era cardíaco e diabético”, revela Mary, ao falar da dor e da saudade, Mary diz como se sente hoje.

“Faz exatamente 6 meses que eles nos deixaram. Me sinto perdida, sem muita perspectiva de vida. Graças a Deus tenho meu netinho que não me deixa desanimar”. 

E faz o seguinte alerta à população em meio ao avanço dos casos de coronavírus no Brasil e em Alagoas: “Gostaria que as pessoas acreditassem mais que este vírus não é uma brincadeira e se cuidassem”.