Foto: Reprodução/Instagram
Conhecido como João Neto, João Francisco de Assis Neto, tem 38 anos, é advogado criminalista, mestre em Ciências Criminais e influenciador digital. Com mais de dois milhões de seguidores nas redes sociais, ele foi preso em flagrante por violência doméstica na noite de segunda-feira (14), em Maceió, após agredir sua companheira em um apartamento no bairro da Jatiúca. A Justiça decretou sua prisão preventiva nesta terça-feira (15).
Entenda o caso: Advogado João Neto é preso após agredir companheira em Maceió
Carreira na PM e expulsão
Antes de se tornar advogado, João Neto foi policial militar na Bahia. Em entrevistas, ele mesmo afirma que foi expulso da corporação após um desentendimento com a esposa de um coronel durante uma discussão de trânsito.
Segundo ele, a mulher o ofendeu com termos racistas e a confusão terminou em acusações de que teria apontado uma arma para ela. Um Processo Administrativo Disciplinar foi instaurado e levou à sua expulsão.
Anos depois, já como advogado, o episódio continuou sendo mencionado por ele como ponto de virada em sua carreira.
Mortes em serviço
Em participação em um podcast, João Neto afirmou ter matado 28 pessoas enquanto atuava na PM da Bahia e outras quatro já residindo em Alagoas. Todas, segundo ele, em ações que classifica como legítima defesa. “Não fui eu, foi a profissão”, disse durante a entrevista.
O tom e a naturalização do relato geraram críticas e repercussão nas redes sociais, ao mesmo tempo em que contribuíram para consolidar sua imagem como figura pública polêmica.
Caso no mercadinho
Outro episódio amplamente divulgado ocorreu em 2020, quando João Neto reagiu a uma tentativa de assalto em seu próprio mercadinho, em Maceió. Câmeras de segurança mostraram o momento em que, durante o assalto, ele sacou uma arma e atirou contra um dos suspeitos, que morreu no local. O caso não gerou denúncia formal contra João Neto, sob alegação de legítima defesa.
Conflitos no exercício da advocacia
No exercício da profissão, João Neto também acumulou controvérsias. Em 2024, durante uma audiência de conciliação no Juizado Especial Criminal e do Torcedor, em Maceió, ele agrediu um colega advogado com três socos. A ação foi justificada por ele como legítima defesa, alegando que havia sido empurrado antes.
“Se bater, pai, no Neguinho, no Pretinho, vai dar problema. Pode ser o presidente, vai dar problema, ou para ele ou para mim. Se a merda for muito grande, a última eu jogo no meu juízo… Enquanto tiver me xingando, eu aceito. Só não aceito que me empurre e me bata. Eu agi em legítima defesa”.
Defesa de Pablo Marçal
João Neto também ganhou espaço ao atuar na defesa do ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, quando suas contas foram suspensas pela Justiça Eleitoral. O caso projetou ainda mais sua atuação fora dos tribunais, como figura ligada ao universo digital e político.
Nas redes sociais, suas publicações transitam entre análises jurídicas de crimes de repercussão, vídeos em tom de aconselhamento e frases provocativas. Em um dos posts mais conhecidos, comentou com ironia a condenação do jogador Daniel Alves por estupro, exaltando a “felicidade do advogado” ao conseguir absolver um cliente que teria confessado o crime.
Em outra postagem, feita no Instagram, João Neto publicou um carrossel de fotos com sua companheira e filhos, acompanhado da legenda: “Aos meus filhos e à minha namorida, desejo que saibam reconhecer e aproveitar o homem que sou — Dr. João Neto, chefe de família dedicado e advogado exemplar.”