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Educadora parental cria comunidade online para madrastas: “As pessoas não entendem nossas dores”

Foto: Daniel Pinheiro

A figura da madrasta ainda é vista como vilã por muitas pessoas. Afinal, nos contos de fadas, a madrasta ocupa uma imagem de fria e calculista. Entretanto, tornar-se madrasta pode ser um caminho solitário e confuso. Foi partindo da própria experiência que  a gaúcha Mari Camardelli, de 35 anos, fundou a comunidade ‘Somos Madrastas’.

Mari é educadora parental, Especialista em Inteligência Emocional e madrasta. Ela criou em 2019, um instagram chamado ‘Somos Madrastas’ e um site. Ao Eufemea, Mari contou que a comunidade surgiu da solidão dela quando ela assumiu esse papel decidindo se casar com uma pessoa que já tinha filhos. 

“Me sentia confusa, realmente perdida e sem saber como agir dentro da minha própria casa. Depois de ser convidada para falar em um evento TEDx sobre o assunto, decidi criar uma comunidade que servisse de rede de apoio e acolhimento para mais mulheres neste papel”, comentou.

Segundo a educadora parental, a figura da madrasta ainda está associada à maldade. Porém, ela reforçou que madrasta não é palavrão. 

Com a comunidade, Mari disse que as mulheres se unem e compartilham as mesmas dores, mesmas angústias e especialmente o sentimento de invisibilidade e preconceito da sociedade.

“A madrasta é uma figura acompanhada de um tabu: ela é má por definição. As pessoas não entendem nossas dores, elas acham que a gente “já deveria esperar por isso”, porque sabíamos que nossos futuros cônjuges têm filhos”, explicou à reportagem.

De acordo com Mari, o Somos Madrastas oferece atendimentos terapêuticos individuais e de casal, grupos de WhatsApp para troca de experiências, eventos temáticos, um clube de leitura e muito conteúdo.

“Em breve teremos uma comunidade online em uma plataforma exclusiva: um ambiente seguro cheio de conteúdos incríveis, cursos e aprofundamentos”, comentou.

Por fim, Mari reforçou que é preciso que se tenha menos estereótipos, mais amor. “Ser madrasta importa, a gente se importa”.

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Raíssa França

Cofundadora do Eufêmea, Jornalista formada pela UNIT Alagoas e pós-graduanda em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade. Em 2023, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Nordeste e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios em Alagoas.