O comando do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL) abriu um procedimento administrativo disciplinar contra a sargento Stephany da Silva Domingos após ela publicar um vídeo enaltecendo a vacina contra a covid-19. Ao Eufemea, a sargento contou que estava feliz porque ia ser vacinada e que não fez nenhuma referência política no vídeo que foi publicado nas redes sociais.
Nas imagens, a bombeiro está usando uma camiseta em que está escrito: “em terra de negacionismo, tomar vacina e enaltecer o SUS é um ato de revolução”.
“No dia da vacina eu estava muito feliz e eu resolvi gravar um vídeo porque era um momento importante. A minha intenção era enaltecer a vacina porque só ela pode nos tirar dessa situação”, afirmou.
Stephany voltou a reforçar que durante a vacinação não falou sobre político ou partido político. “Eu só falo ‘Viva a vacina'”.
A sargento também contou que está triste com toda situação e que está tendo desgaste emocional e financeiro. “Eu precisei contratar um advogado, estou tendo crise de ansiedade e sem dormir bem. 15 anos no Corpo de Bombeiros e nunca tive nenhum problema”.
Conforme o texto do procedimento administrativo que foi assinado pelo comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel André Alessandro Madeiro de Oliveira, a sargento gravou o vídeo dentro do estabelecimento militar, o que seria considerada uma transgressão grave.
De acordo com o estatuto do Corpo de Bombeiros, é considerada uma transgressão grave “discutir ou provocar discussões, por qualquer veículo de comunicação, sobre assuntos políticos, militares, ou policiais-militares, excetuando-se os de natureza exclusivamente técnica, quando devidamente autorizados”.
Em nota, o Corpo de Bombeiros disse que “assim como todas as instituições militares, é pautado na hierarquia e disciplina. O regulamento militar é de conhecimento de todos que fazem a corporação”.
Confira a outra parte da nota na íntegra:
Mediante denúncias encaminharas a corregedoria, o corpo de bombeiros
não pode ser negligente ou omisso diante de qualquer fato e tem o dever legal de instituir apuração dos fatos denunciados. O que está sendo apurado diz respeito a conduta militar.
“Como comandante, não faço juízo de valor sobre qualquer posicionamento da minha tropa. É meu dever solicitar que os casos que cheguem ao meu conhecimento passem por apuração, que não necessariamente vai resultar em punição. Não há juízo de valor, e todos os casos, seja de que lado for, são igualmente apurados. Repito: não se trata de punição ou juízo de valor, mas manter uma hierarquia da tropa para cumprimento de seu dever: ajudar a todos, sempre!”.