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Mulher denuncia ex-jogador do CRB por caso de estupro e agressão em hotel no RJ; outros dois atletas são suspeitos de envolvimento

Foto: Reprodução

A Polícia Civil do Rio de Janeiro analisa imagens de câmeras de segurança de um hotel que, segundo a investigação, mostram jogadores do Botafogo-SP entrando no quarto de uma mulher, identificada como Alcimara Ventura, de 27 anos, que os acusa de estupro. Um dos investigados é João Diogo Jennings, que jogou no CRB em 2020.

De acordo com as informações divulgadas, a vítima registrou queixa contra os atletas Eduardo Hatamoto e João Diogo Jennings. Ela alega que foi tocada sem consentimento, além de ter sofrido uma agressão ao resistir. Alcimara estava no quarto, na madruga de 26 de setembro, com Lucas Delgado, outro atleta do clube e que teve o contrato rescindido após a repercussão do caso.

Procurados, os jogadores não quiseram se manifestar. A advogada de Jennings não retornou o contato da reportagem. O caso, ocorrido há uma semana, foi registrado como estupro e agressão na 4ªDP (Central).

Folha teve acesso às imagens do corredor do hotel onde os atletas estavam hospedados e onde teria ocorrido o crime. Nelas, Alcimara aparece entrando em um quarto com Delgado.

Na sequência, outros jogadores aparecem no corredor. Entre eles, a polícia identificou Eduardo Hatamoto (calça comprida e camisa branca) e João Diogo Jennings (camisa preta), que tira a bermuda e fica de cuecas no corredor.

Passados cerca de 20 minutos após a entrada do casal, Jennings e Hatamoto, segundo a polícia, batem na porta do quarto. Pouco tempo depois, as imagens mostram a mulher saindo, passando uma das mãos no rosto e, com a outra, segurando sandálias. Em depoimento, ela disse que estava chorando após ter sido mordida em um dos seios por Hatamoto.

Ainda nas imagens é possível ver que um dos atletas, que a polícia diz ser Hatamoto, a segue no corredor e a leva para outro quarto. Os dois ficam no local por sete minutos, segundo a polícia. Depois, ela pega o elevador.

Segundo Alcimara contou à Folha, ela e Delgado, após entrarem no quarto, passaram a se tocar com consentimento, mas isso mudou quando foram tomar banho. “Quando chegamos ao quarto, o Lucas me chamou para o chuveiro. Eu disse para ele pegar camisinha, disse que não queria. Ele não quis pegar a camisinha e gozou dentro, o que ocorreu rápido”. Segundo o delegado responsável pelo caso, isso já pode configurar estupro.

Ainda de acordo com a versão de Alcimara, nesse momento, bateram na porta do quarto. “Ele (Delgado) saiu do chuveiro, eu ainda disse ‘não abre a porta’, mas ele abriu.”

Ela conta que dois homens entraram no quarto e que ela os reconheceu como os mesmos que estavam na boate onde conheceu Delgado: Jennings e Hatamoto.

Segundo ela, os jogadores que entraram no quarto tocaram em seu corpo. “Estava de toalha ainda, o Lucas passou a arrumar a mala dele, e eu passei a me vestir. O Diogo e o Eduardo passaram a me alisar, e eu disse para eles pararem. Olhava para o Lucas, e ele me ignorava. Rindo, o Diogo se deitou na cama de cueca e disse: ‘É uma puta marrenta’”, relatou Alcimara.

Ela disse ainda que, nesse momento, ocorreu a agressão. “Foi então que o Eduardo veio para cima de mim. Eu entendi que eles queriam sexo, e eu disse que não queria, que queria ir embora. O Eduardo, então, disse: ‘Vamos ver se ela é marrenta mesmo’. E me deu uma mordida no seio, enquanto eu colocava o vestido”, conta.

O caso segue sendo investigado. Em nota, o clube afirmou que espera a conclusão da investigação para “decidir quais outras atitudes serão tomadas contra os outros dois atletas”.

*com Folha de São Paulo